Vereadora atribuiu ação policial a falsa denúncia | Foto: Reprodução

As discussões de bastidores e os bate-bocas públicos em redes sociais que vêm afastando o antigo casal Greg Duarte e Gabriela Carneiro, ele policial militar e ela vereadora em Angra, extrapolaram a intimidade dos dois e, no final de abril, expuseram também bastidores da gestão da Câmara Municipal e até indícios de uma possível manobra de ‘compra’ de votos. Gabi (PP) é a única vereadora de oposição ao governo municipal na Casa e alvo regular dos próprios colegas. Só que desta vez o ‘fogo amigo’ veio de casa e, claro, pela gravidade, enseja uma apuração adequada.

A vereadora foi acusada de corrupção pelo seu ex-companheiro Greg, que a culpa por um possível afastamento entre os dois na vida privada. Separados pelo mandato, eles trocam acusações.

— Infelizmente minha ex-mulher perdeu completamente os escrúpulos para me prejudicar, porque ela sabe que tenho prova de corrupção dela (sic) — afirmou o policial.

Greg e a ex-esposa foram a surpresa da eleição de 2020. Os dois faziam campanha juntos ‘contra o sistema’. Com um discurso crítico aos vereadores da legislatura anterior, contra o desperdício de dinheiro público e contra o que chamavam de regalias dos parlamentares, convenceram os eleitores. Gabi foi a quarta mais votada, com 1,9 mil votos. Na versão de Greg, porém, os votos dados a ela seriam oriundos do trabalho dele.

— Eu coloquei a mulher no meu lugar por confiar demais nela — afirma o policial, que diz estar sendo perseguido por causa da ligação com Gabi.

Disposto, portanto, a romper com sua cria política e possivelmente até implodir o próprio mandato da ex-mulher, Greg tornou pública uma conversa entre os dois, aparentemente em ambiente familiar, em que a vereadora indica ter recebido uma oferta de compra de voto, oriunda, segundo dá a entender, do presidente da Câmara, o vereador Helinho Azevedo (PTC). Teria sido durante o fim do ano passado na votação da resolução que elevou a verba de gabinete dos vereadores de R$ 43 mil para R$ 57 mil. O diálogo é por si só comprometedor.

— Helinho me perguntou se eu queria algum cargo e eu falei os cargos que seriam… ele falou que não me daria, aí falei que ia votar contra, me botaram dentro do caixote (sala da Câmara) e começaram a me sabatinar para eu votar sim — relata ela em áudio vazado ao público.

Gabriela narra que Helinho a informou que chegou a perguntar a outra vereadora se a mesma cederia um cargo de subsecretário na Câmara para ter o voto de Gabi, ao que a colega teria dito não. A negativa encerrou a negociação e a vereadora votou contra a resolução. Mesmo sendo contra, porém, ela tem direito integral à verba que é usada para nomear assessores.

Resposta — Em vídeo nas suas redes sociais, a vereadora Gabi se defendeu. Nega que tenha havido qualquer compra de voto e afirma que as acusações do ex-marido são fruto de um relacionamento tóxico e abusivo de que seria vítima. Gabi informou ter pedido uma medida protetiva contra o ex-marido e denunciou os ataques dele à Polícia.

(*) Publicado antes da edição impressa

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