Para todos, em geral, a Ilha Grande aparece no imaginário como um lugar de destaque e de beleza cênica incomparável na baía de Angra dos Reis. A sua história inclusive remonta à do país já que foi palco de muitos conflitos que perduram até os dias de hoje, inclusive na questão fundiária e da destinação da terra.
Devemos nos atentar para a região da Ilha Grande por se tratar de uma ilha oceânica, com características ímpares, e com uma logística bastante complexa, o que gera um desafio ainda maior aos gestores dos entes federativos para garantirem a efetividade dos serviços públicos na localidade. A Ilha Grande merece, portanto, um lugar de destaque no âmbito da gestão administrativa do município de Angra dos Reis.
Os desafios detectados e sempre mencionados nos diversos fóruns existentes que tratam sobre a Ilha Grande, são eminentes e requerem medidas corajosas dos gestores, com decisões de curto, médio e longo prazos, a fim de garantir as melhorias almejadas pelas comunidades e proporcionar aos turistas uma ilha que seja conservada em todos os aspectos sociais, culturais, ambientais e econômicos.
É urgente que sejam tomadas decisões assertivas dos gestores, com a participação dos moradores locais e das entidades organizadas da sociedade e atuantes para que possam pôr fim à degradação dos múltiplos usos do solo e do mar registrada com frequência.
O município de Angra dos Reis é dotado de um amplo marco legal, mas a estrutura operacional necessita de melhorias significativas para o cumprimento eficaz nas demandas que são visíveis nos quatro cantos da Ilha Grande. As demandas estão postas nas mesas dos entes federativos sob os olhares atentos dos moradores e demais interessados na conservação da Ilha Grande, com intuito de melhorar os serviços públicos que oferece, evitando-se assim desperdícios e otimizando-se as atividades diárias de quem ali habita ou visita.
Acredito que devemos ter consciência das práticas de gestão turísticas na Ilha Grande, com a parceria de todos os moradores, os setores privados e do governo, isto é, todos nós devemos trabalhar em conjunto por resultados positivos. Caso contrário, o que resultará disto serão a degradação social e a ambiental.
Por fim, com estas ações, teremos resultados muito mais positivos e consistentes que atenderão a todos os anseios dos moradores e frequentadores.
Em tempo, apenas para registro, a proposta antiga e dissimulada de uma Parceria Público Privada (PPP) para a Ilha Grande e a Baía de Angra dos Reis que criaria uma falsa ‘Cancún’, nunca será uma solução.
Abraços ecológicos
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(*) Ivan Marcelo Neves é ambientalista e membro do Instituto Socioambiental da Baía da Ilha Grande (ISABI). Presta assessoria estratégica nas áreas de engenharia e meio ambiente.
Fotos: Reprodução
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