Fome atinge mais de 33 de milhões de brasileiros em 2023 | Foto: Agência Brasil

Pela terceira vez desde a década de 1960, quando a mobilização foi criada, este ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou mais uma Campanha da Fraternidade (CF) a respeito da fome. A meta dos religiosos e da comunidade católica em todo o país é trazer luz ao tema, com foco em incentivar ações para minimizar os impactos desta realidade na vida do povo brasileiro.

Atualmente no Brasil, mais de 33 milhões de pessoas estão em situação de fome, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. O país também voltou a aparecer no Mapa da Fome das Organizações das Nações Unidas, a ONU, depois de quase uma década.

A Igreja convoca todos a considerarem a fome como referência para reflexão e propósito de conversão. O tema da campanha este ano é “Fraternidade e Fome” e o lema bíblico, extraído de Mateus 14, 16: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”. O cartaz escolhido foi produzido por Luiz Lopes Jr., de Brasília (DF).

— Vemos no cartaz o mapa do Brasil, país considerado o celeiro do mundo, mas que carrega uma grande contradição: a fome é real e atinge hoje cerca de 33,1 milhões de brasileiros. Em destaque contemplamos as mãos que repartem e dão vida a solidariedade guiada pela fé. O arroz e o feijão, alimento do povo, passam pelas mãos de homens e mulheres que sabem que a solução do problema da miséria e da fome não está somente nos recursos financeiros mas na vida fraterna. Ninguém deve sofrer com a fome quando realmente vivemos como irmãos e irmãs. Eis o convite: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16)” — diz o texto de orientação da CNBB.

O lançamento da mobilização ocorreu oficialmente na quarta-feira de Cinzas, 22, na sede da CNBB, em Brasília, e um dos objetivos é propor aos fieis um caminho de conversão para não ceder à cultura da indiferença frente ao sofrimento humano conforme pede o Papa Francisco.

— O Brasil enfrenta o flagelo social e humanitário da fome, fenômeno que demonstra a incapacidade de um país em oferecer para seus filhos e filhas as condições necessárias para satisfazer o seu instinto de sobrevivência e desenvolvimento como pessoa. “Quando a sobrevivência não é atendida é a morte que acontece. Assistimos recentemente o que está acontecendo com os Yanomami — exemplificou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, durante o evento de abertura da CF 2023.

Foto: Agência Brasil

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