Alessandro Molon lidera o PSB nas negociações no Rio

O deputado federal Alessandro Molon (PSB) estará na Costa Verde esta semana debatendo com militantes a sua pré-candidatura ao Senado pelo Rio de Janeiro. Molon também preside o PSB no Estado e é um dos líderes das articulações que pretendem construir uma candidatura competitiva ao governo do Estado para seu colega Marcelo Freixo (PSB). Nesta entrevista exclusiva por telefone, ele adiantou alguns dos temas que já estão em debate no Estado, em volta da disputa eleitoral deste ano:

A pergunta mais importante do momento é sobre a união das esquerdas e do campo democrático no Rio de Janeiro. O senhor acha que essa formação acontece ainda no primeiro turno?
Molon — Este é o sonho de todos nós. O ideal é que nós saíssemos todos juntos numa chapa que fosse construída por todas as forças do campo democrático para simbolizar nossa unidade na luta para derrotar o bolsonarismo, que tanto mal fez ao Brasil e ao Rio de Janeiro. Aqui no Estado do Rio, nosso desafio é ainda maior, porque foi aqui que nasceu o bolsonarismo. Aqui é que foi chocado o ‘ovo da serpente’, por isso nossa responsabilidade é ainda maior.

E o senhor acha possível chegar a esta união? Como o PSB avalia este debate?
— Eu aposto sempre no diálogo e na união de forças de todos nós. Claro que não é uma tarefa simples, mas também não é impossível e por isso como presidente do PSB continuo conversando com todas as forças do campo democrático.

O senhor é pré-candidato ao Senado. Este ano há uma vaga em disputa e neste momento, os três senadores do Rio são conservadores e associados à direita. O senhor acha que esta onda conservadora passou e que há chance de conquistar esta vaga?
— Eu acho que não é natural, nem aceitável, que os três senadores do Rio de Janeiro sejam representantes do bolsonarismo e senadores do partido de Bolsonaro (PL). Eu creio que o Rio vai querer recuperar uma destas vagas para o campo da democracia e da justiça social, que é o nosso campo. Vai ser uma disputa dura, difícil, mas aposto na nossa vitória e aposto que o povo do Rio vai querer voltar a se orgulhar de sua representação no Senado.

O povo do Rio de Janeiro já teve senadores como Darcy Ribeiro e Arthur da Távola e tantos outros nomes que honraram a representação do Rio e hoje não é razoável que esteja com uma representação que não lhe dá orgulho no Senado.

Como o senhor acha que o Rio de Janeiro chegou a esta representação, digamos, conservadora e de baixa representação política, apesar de o Rio ter sido sempre de vanguarda?
— Uma série de erros cometidos em eleições e escolhas erradas que fizemos e o Estado do Rio fez, jogaram o Rio no fundo do poço. Acabamos elegendo representantes que não honraram a confiança que a população do Rio depositou neles e que simplesmente destruíram o o Rio de Janeiro em termos de emprego e renda, desenvolvimento econômico, segurança pública, de desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente. Em qualquer área que a gente pegue, os indicadores do Rio são piores que a média nacional.

Diante disso tudo, nós teremos a chance de mudar esta História em outubro. Está na ponta dos nossos dedos, nos números que a gente vai teclar na urna. Eu acredito que o Rio de Janeiro vai dar a volta por cima este ano.

E para o governo do Estado: Marcelo Freixo é um candidato competitivo? Tem chances de ganhar? O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), é um que critica e fala em inviabilidade de vitória. Como o senhor avalia?
— Nossa avaliação é de que a candidatura é competitiva e já parte de um elevado patamar de votos e nós vamos continuar dialogando com colegas de outros partidos do campo democrático para demonstrar a viabilidade da candidatura e conquistar apoios.

Isso pressupõe muito diálogo e bons argumentos. Não se faz impondo qualquer coisa. Isso se constrói com muita conversa, política é conversa e eu acredito que poderemos ter bons resultados.

Ainda há dez meses de governo Bolsonaro pela frente, com base no Congresso bem forte. O que podemos esperar para o Rio de Janeiro até o fim do ano?
— Eu acho que daqui para o final o ano, o presidente da República vai procurar fazer ‘bondades’ para recuperar o espaço perdido entre a população. Penso que este ano a tendência é que as maldades que o governo pretende fazer ficarem na gaveta para depois da eleição. As bondades vão tentar iludir a população.

Acho que o povo do Rio de Janeiro já está calejado, com a vida que leva e sente na pele os malefícios deste governo. Por mais que tentem iludir e mentir para a população, não vai colar desta vez.

Nesta visita a Angra e Paraty, qual o recado que o senhor traz para a população da Costa Verde?
— Essa região maravilhosa do nosso Estado, com povo acolhedor, carinhoso, trabalhador e cheio de esperança merece ser cuidada de outra forma. Merece ter outro governo do Estado e merece ter um representante no Senado que lute por essa gente. Que ajude a enfrentar, por exemplo, o problema da violência, da segurança pública, que é grave e sério. Isso tem que ser enfrentado com políticas públicas. É a isso que um candidato ao Senado deve se propor. A trazer recursos, projetos e investimentos para disputar o futuro dos nossos jovens com os criminosos que tentam atrair jovens para estas atividades.

No Senado, em Brasília, estarei lutando para trazer para a Costa Verde, projetos, políticas sociais e investimentos para gerar emprego e renda e oportunidades de esporte, cultura e educação para nossa juventude, a fim de conquistar desenvolvimento e crescimento.

Fotos: Divulgação

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