As chuvas destes últimos dois dias (30 e 31) tornaram mais evidentes os problemas de infraestrutura de Angra dos Reis. Não se pode culpar um ou outro administrador, mas todos têm sua parcela de responsabilidade.

O principal problema foi e continua sendo o crescimento desordenado da cidade. Toda vez que houve espamos de investimentos públicos e privados no município, a cidade cresceu e como não havia áreas planas, ela desenvolveu-se para cima. Nos últimos 30 anos muito foi feito para que tudo não desmoronasse, mas não tarda e a natureza cobra sua conta, que pode ser fatal.

A enchente de 2002, uma tragédia humana irreparável, era o prenúncio da urgência de investir-se mais na prevenção. Parece que ainda foi pouco. E não é só construir muros de arrimo e contenção, nem tampouco, somente fazer vistorias. O caso é a grave e a solução, dolorida. Trata-se da realocação de famílias, da demolição de residências, da devolução à natureza, de áreas que foram indevidamente ocupadas. É um remédio amargo. A impermeabilização do solo e a construção de galerias aumentam o risco de inundações.

A Defesa Civil e os demais órgãos de vigilância estão num trabalho hercúleo para enfrentar o mau tempo e as adversidades climáticas de hoje e dos próximos dias. Força para eles e luz para a população, para que entenda o seu papel na gestão da terra.

As chuvas deste final de ano causaram 69 ocorrências, até a manhã de hoje, 31. Felizmente parece  não ter havido feridos, mas há famílias desabrigadas, alojadas em escolas. O prefeito de Angra, Tuca Jordão, decretou situação de emergência e supervisionou, na madrugada, as ações imediatas de atendimento às vítimas. Na rodovia Rio-Santos, pelo menos 12 pontos de desabamento, apenas no trecho Angra. Comunidades como a Sapinhatuba, Morro da Carioca, Areal, Vila Nova, Camorim e Jacuecanga estão em situação de maior atenção.

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