As prefeituras da região caminham para concluir as negociações relativas ao reajuste anual dos servidores públicos municipais. No caso de Paraty, a tratativa com o sindicato da categoria já foi encerrada e o reajuste proposto pelo prefeito Casé Miranda (MDB) acabou aceito pelos funcionários e pela Câmara Municipal local.

Em Paraty, o reajuste aceito foi de 6% sobre o salário-base de todos os servidores, retroativo a janeiro deste ano, além de um acréscimo de R$ 100 no vale-alimentação, que passará a ser de R$ 450. Segundo a prefeitura, Paraty passa a ter assim o maior valor mensal do vale-alimentação entre as prefeituras da região, além de oferecer um bônus idêntico junto com o décimo-terceiro salário.

Em vídeo postado nas redes sociais (foto), o prefeito Casé (MDB) disse que a negociação começou há mais de dois meses e admitiu que o índice original proposto era menor. Até então seriam 4%. Mas a própria prefeitura decidiu melhorar a proposta, após um movimento de reivindicação da categoria que teve até um dia de paralisação do funcionalismo.

— O secretário Leônidas (de Finanças) e o vice-prefeito Luciano Vidal (MDB) se debruçaram sobre o orçamento e conseguimos ter um ganho extra que permitiu elevar essa oferta — disse Casé.

O prefeito também lembrou que a elevação do vale-alimentação representa uma elevação de 13% na renda dos servidores que recebem a menor remuneração (cerca de R$ 1,5 mil). Casé ainda disse que a prefeitura trabalha com ‘responsabilidade’ em suas contas e não teria condições de elevar mais ainda as despesas com pessoal. O reajuste em Paraty foi aprovado pelos vereadores da Câmara Municipal no último dia 4 e já será pago nos contracheques deste mês.

— Não adiantaria nada darmos um reajuste acima deste e depois não conseguirmos pagar os salários. Isso o servidor não vai ver na nossa administração — finalizou Casé.

Angra dos Reis dará reajuste menor e irrita a categoria

Já na vizinha Angra dos Reis, a negociação foi encerrada pela prefeitura de forma unilateral e ainda pode gerar solavancos e mal estar para o governo municipal. Conforme aprovado em assembleia dos funcionários públicos, a categoria pediu ao prefeito Fernando Jordão (MDB), a reposição integral das perdas da categoria até 2018, chegando a 22,74% para os servidores da ativa, e 25,74% para os aposentados e pensionistas, além do reajuste no vale-alimentação, hoje em R$ 440,00. Só que na terça-feira, 9, Fernando disse aos representantes do Sindicato dos Servidores que ‘só pode dar’ 5,5% de aumento. Ele teria dito ainda que o índice oferecido é inegociável.

Desde que assumiu, em janeiro de 2017, o atual governo deu dois anos de índice zero de aumento para a categoria. Isso, de acordo com o Sindicato, agravou as perdas da categoria. Entre os anos 2013 a 2015, a prefeitura deu aumento todos os anos, inclusive acima da inflação. A concessão dos reajustes, porém, elevou os gastos com pessoal, levando o município a atrasar os salários por até três meses. Hoje a prefeitura investe R$ cerca de R$ 470 milhões por ano no pagamento de salários. O valor equivale à quase a metade da arrecadação municipal, este ano prevista para R$ 1,1 bilhão.

Foto: Reprodução

Publicado antes na edição 246 do jornal Tribuna Livre.

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