Presidente da Eletronuclear participou de evento no Rio | Foto: Reprodução/Rádio Tupi

O presidente da Eletronuclear, Eduardo Grand Court, fez uma previsão para lá de otimista a respeito da volta e eventual conclusão da obra da usina Angra 3, praticamente paralisada desde 2016. Em evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 18, Grand Court afirmou que espera reiniciar as obras de forma efetiva no próximo ano. Além de reforçar a matriz energética de baixa emissão de carbono no país, a construção de Angra 3 poderá gerar até sete mil empregos diretos e 20 mil indiretos, com a movimentação de recursos da ordem de R$ 20 bilhões.

A obra está encalacrada em desafios de financiamento e a própria decisão política do governo Lula III. No novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal optou por colocar os investimentos em suspenso, dependentes de avaliação técnica, financeira e de oportunidade.

O presidente também conta que serão superados os entraves de relacionamento da empresa com a prefeitura de Angra. Há menos de dois meses, o prefeito angrense, Fernando Jordão (PL), deu nova carga ao embargo imposto pelo município às obras, numa espécie de ‘negociação forçada’ que envolve a liberação de até R$ 264 milhões em contrapartidas relacionadas à usina. Nas últimas semanas, houve pouco avanço nisso publicamente.

Ao apresentar os planos da Eletronuclear durante a 8ª Conferência Cidades Verdes, no Rio, o presidente Grand Court ressaltou a baixa emissão de carbono na produção de energia nuclear, o que tem levado diversos países ricos a retomarem a construção de usinas. A França tem 14 unidades em estudo, e há projetos de retomada de projetos em países como Estados Unidos e Europa. A avaliação coincide com os discursos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a respeito da criação de uma ‘economia verde’ no país.

— A energia nuclear emite apenas 12 gramas de carbono por Kilowatts/hora, sendo comparável apenas à energia eólica, enquanto outras fontes chegam a emitir 400. É uma geração de baixo carbono, e por isso o mundo inteiro discute esse caminho para a transição energética — afirmou o presidente da empresa.

Grand Court afirmou que a operação das usinas Angra 1 e Angra 2 nunca causou problema grave à população, ao meio ambiente ou aos trabalhadores. Além disso, o complexo possibilita o desenvolvimento do hidrogênio como fonte de energia, outro tema caro a Haddad e ao governo Lula.

— Nós já produzimos hidrogênio para a usina, temos muitos estudos, e agora vamos partir para o estudo de viabilidade técnica e econômica para produzir hidrogênio em quantidade suficiente para gerar energia — afirmou ele em conteúdo veiculado pela Rádio Tupi.

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