Com uma ideia na cabeça, incentivo da família e muita disposição, o artista plástico Marcelo Castanheiras aportou em Paraty em 2008 a fim de instalar na cidade um museu que contasse parte da história do ‘Caminho do Ouro’, ligação da cidade fluminense com Ouro Preto/MG. na época do Império. Nascia ali o parque temático Mini Estrada Real que, por seis anos, recebeu mais de 20 mil visitantes e encantou adultos e crianças. Agora, desde o fechamento do espaço há dois anos, as quase 30 peças de incrível realismo e detalhes impressionantes, buscam um novo destino que permita manter vivos os sonhos de Marcelo.

— A existência do parque e todas as pessoas que passaram por aqui foram uma experiência maravilhosa. Mas a nossa vida mudou e decidimos encerrar o projeto aqui neste espaço. Ficaram as peças, que podem perfeitamente ser transferidas e instaladas em outro local, reativando um roteiro turístico muito interessante — sonha Marcelo, que teima em não desistir do trabalho de parte da vida.

O artista revela que recebeu propostas para vender as peças separadamente e que até hoje ainda atende a ligações de grupos interessados em visitar o espaço. Quando ele informa que o parque foi encerrado, muitos acabam tristes e se lamentam. O parque foi tema de várias reportagens, inclusive para a TV, atraindo a atenção de emissoras do Rio e de Minas Gerais.

— Quem já esteve aqui quando o parque funcionava sente muito porque era realmente uma experiência única. Recebemos muitos grupos de estudantes, universitários e integrantes de ações da terceira idade de várias cidades — lembra.

A confecção das miniaturas, em escala quase perfeita com os prédios originais, era feita coletivamente. A mãe de Marcelo, dona Maria Selma, incentivava o talento do filho e fazia as telhas coloniais comuns em prédios da arquitetura colonial. Assim nasceram, por exemplo, as réplicas da igreja Matriz de Paraty, do chafariz de São José, em Tiradentes/MG e a igreja da Pampulha,de Belo Horizonte e outras dezenas de locais históricos. Aliás, foi por causa de dona Selam que a ideia nasceu, já que a primeira peça do museu foi exatamente a fachada da igreja matriz de Paraty.

— Essa fachada ficava na sala da casa da minha mãe e tanto ela como os amigos que a visitavam me incentivaram a construir o restante da igreja. Aí surgiu a ideia — conta Marcelo.

Por pouco porém, diz o mineiro Marcelo, o parque não acabou sendo instalado em alguma cidade de Minas Gerais.

— A gente teve propostas para ir para Tiradentes e São Lourenço, mas quis o destino que encontrássemos este espaço em Paraty, onde o parque nasceu e está vivo ainda, mesmo desativado — crê.

Mudança — O gaúcho Kleber Born, encantando com as peças do parque, é um dos que tenta encontrar nova casa para as igrejas, construções e prédios em miniatura. Ele já levou a ideia da reativação a empresários da estrada Paraty-Cunha e à própria prefeitura local. Para Kleber, se instalado em outro lugar, o projeto da Mini Estrada Real terá o mesmo sucesso de público.

— A cidade não deveria perder este atrativo. É encantador e desperta a atenção. Tem tudo aquilo que os turistas valorizam — acredita o amigo.

Interessados em repatriar ou conhecer o acervo para projetos futuros podem inclusive falar com Kleber pelo telefone (24) 99881-4772.

* Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (nº 275)

Fotos: Klauber Valente

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