Como acontece quase todos os anos, desde a sua fundação, em 1999, o Angra Esporte Clube volta a atormentar o juízo e a paciência dos gestores e autoridades públicas.

Esta semana, durante sessão na Câmara Municipal, o vereador Jorge Mascote, que é líder do PMDB na Casa, pôs literalmente a ‘faca no pescoço’ do prefeito angrense, Tuca Jordão (PMDB), pelo fato de a administração municipal estar descumprindo a promessa de apoio financeiro ao time da cidade, que disputa, a duras penas e com resultados modestos, a Segunda Divisão Estadual de futebol. Os jogadores estariam, segundo Mascote, há três meses sem salários e ameaçam processar o time. Um processo judicial impediria o time de prosseguir na competição. Com isso, o time seria praticamente banido da Federação, jogado à Terceira Divisão e multado em R$ 150 mil.

Mascote, que acredita na possibilidade de sucesso do plantel angrense, procurou o prefeito e repetiu os termos do que havia dito na Tribuna da Câmara. Ele promete dizer à Imprensa o ‘por quê’ de a situação ter chegado a este ponto. Pior é que Tuca prometeu ajudar com o bolso alheio. Nas condições em que a Prefeitura está (com investimentos congelados, aperto fiscal e obras de emergência em toda a cidade), a ajuda pode não sair do Erário. A semana que vem será decisiva para resolver o imbróglio.

Como dito, não é a primeira vez que o Angra fica nessa situação, de ‘pires na mão’. Em anos anteriores a situação foi bem pior, com direito a delegacia e tudo. O time precisa ser profissionalizado e receber apoio de empresários. Se depender apenas do Poder Público dificilmente estas cenas acabarão. O esforço da diretoria para criar as divisões de base, farejar um talento e a partir dele reorganizar o time é o caminho que deu certo em várias cidades do interior e pode dar em Angra também. É bonito ver os meninos e meninas esforçando-se e mostrando coragem para entrar no mundo do futebol. É preciso acreditar.

Vamos torcer para que o Angra sobreviva mais esta temporada e avalie melhor, em 2011, se vale a pena continuar na luta pela Primeira Divisão, ou se o negócio é investir pesado nas divisões de base e deixar as disputas da Federação (dentro e fora do campo) para os cachorros grandes do futebol carioca.

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