Vencedor da eleição suplementar realizada no último domingo, 4, o prefeito eleito de Paraty, Luciano Vidal (MDB), está percorrendo as comunidades da cidade esta semana para agradecer. Ao lado do vice-prefeito eleito, Valdecir Ramiro (PP), Vidal está aproveitando a oportunidade também para reafirmar compromissos assumidos na breve campanha e assegurar a manutenção de projetos iniciados a partir de 2013 quando assumiu a prefeitura o ex-prefeito Casé (MDB), seu principal cabo eleitoral na disputa fora de época. Também nas redes sociais, o futuro prefeito tem reafirmado a disposição de fazer uma gestão de continuidade.

— Paraty não vai parar e vamos continuar os projetos já iniciados, além de fazer eventuais correções e ajustes que são constantemente necessários — disse Vidal em uma das transmissões.

Ex-vereador e ex-secretário de Saúde, Vidal é o primeiro prefeito de Paraty oriundo da zona rural e costeira. Ele tem 43 anos, é de família humilde e teve uma trajetória de sucesso na política paratiense. Como vereador foi presidente da Câmara Municipal e vice-prefeito do próprio Casé entre 2017 e 2019 (foto). Além disso teve uma passagem como representante do extinto Ministério da Pesca na região da Costa Verde fluminense. A vitória eleitoral no dia 4 foi mais uma vez por diferença estreita, apenas 34 votos. A liderança inconteste em algumas localidades exatamente das zonas costeira e rural foi determinante para a vitória.

Apesar de ser uma gestão de continuidade e curta, apenas até dezembro do ano que vem, Vidal permitiu-se na campanha a assumir outros compromissos. Entre as primeiras ações estão a promessa de recuperar e revitalizar o cais de turismo, a construção de uma estação de tratamento de esgoto em Tarituba e a revisão dos valores da taxa de água cobrada pela concessionária Águas de Paraty. Desde 2016, moradores reclamam de que, apesar dos benefícios da concessão, os valores das contas de água na cidade seriam altos. Vidal promete rever a questão. Todas as obras em andamento serão concluídas, entre elas o imenso complexo poliesportivo da Mangueira e a nova escola técnica e de formação profissionalizante municipal, ambos já iniciados.

— Nós não teremos obras de grande porte agora porque elas já foram feitas, como a rodoviária e o hospital mas iremos tocar os projetos menores e manutenção das conquistas já alcançadas, com muita cautela, tranquilidade e sabedoria — afirmou o prefeito eleito.

Uma das arestas a ser aparada é a relação com o Governo do Estado. Na campanha, o vice-governador do Rio, Claudio Castro (PSC), gravou depoimentos e pediu votos para o adversário de Vidal. O posicionamento de Castro foi duramente criticado pelo prefeito em exercício, Valceni Sanica (DEM), e por aliados locais de Vidal. Agora que Castro e seus apoiados foram derrotados, é preciso refazer os laços com a gestão do governador Wilson Witzel (PSC). O Estado, aliás, deve muito a Paraty. Só os recursos do Fundo Estadual do Ambiente (Fecam) para os projetos de saneamento na cidade somam R$ 28 milhões que não foram repassados ao município, sem falar na manutenção da estrada Paraty-Cunha (RJ 156) que acabou sendo assumida pela prefeitura porque o Estado não tinha recursos para investir.

— A população vem em primeiro lugar. Vamos correr atrás dos direitos do povo de Paraty e nisso vamos ser duros. Se preciso iremos até à Justiça para que o Estado cumpra sua parte com a gestão municipal — avisa Vidal.

O prefeito eleito e o vice-prefeito serão diplomados na semana que vem, provavelmente no dia 15. A posse deve ocorrer antes do dia 26 de agosto. Vidal e Valdecir terão mandato até 31 de dezembro do ano que vem. Eles estão aptos a concorrerem à reeleição em 2020, caso não haja mudanças na lei eleitoral atual. O vereador Sanica, que foi o prefeito após o afastamento de Casé, retornará à Câmara para cumprir o mandato de presidente do Legislativo municipal.

Reportagem: Klauber Valente (da Redação) /  Fotos: Reprodução

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