Angra dos Reis convive há cinco anos com um desperdício de dinheiro público que parece longe do fim. Desde o final de 2012, a Câmara Municipal praticamente ignora a posse de um terreno de 2,6 mil metros quadrados no Parque das Palmeiras, adquirido em 2011 para ser a sede do Legislativo. Dois presidentes já sucederam depois disso e até agora nem o atual líder da Casa, vereador José Augusto Vieira (PMDB) sabe o que fazer com o imóvel.

— Estamos estudando a possibilidade de que a área seja utilizada pelo município para atender a população em áreas como saúde, educação ou lazer — tentou explicar o presidente, sem dar detalhes.

Curioso é que no mesmo período (2013-17), a Câmara gastou quase R$ 5 milhões com o aluguel de seis imóveis no Centro da cidade.
Quando foi adquirido em 2011, a ideia para o terreno era ousada. Em dois anos, a Casa teria um novo prédio e abandonaria os alugueis. Só que em 2012, quando deveria ter sido contratada a primeira etapa da obra, o ex-prefeito Tuca Jordão (2009-12) diminuiu o orçamento dos vereadores em R$ 4,1 milhões. Nada mais foi feito. José Augusto diz que a obra custaria R$ 30 milhões e causaria ‘problemas de logística’.

Rica — Mas falta de dinheiro não é justificativa. A Câmara de Angra teve orçamento superior a R$ 140 milhões em quatro anos. Em 2017 a previsão é que chegue a R$ 37 milhões. É mais dinheiro, por exemplo, que todo o orçamento das secretarias de Cultura, Turismo e Pesca juntas. Para José Augusto, porém, ter dinheiro demais não é culpa dos vereadores. Tanto que ele quer alugar outro prédio e ainda fazer uma obra no imóvel alugado. Ou seja sete aluguéis por um período.

— Não iremos alugar mais um imóvel e sim sair de seis aluguéis para apenas um, com uma economia de R$ 3 milhões — ele diz, sem dados precisos.
Garagem — Em 2017, portanto, novamente a previsão é gastar quase R$ 1 milhão com alugueis, inclusive de uma garagem para veículos e um depósito que poderiam ser instalados na área desocupada.

Hoje boa parte do dinheiro da Câmara é consumida no pagamento de salários aos assessores dos 14 vereadores. Cada um pode nomear até 35, ao custo mensal de R$ 43,5 mil. São altas também as despesas com viagens dos vereadores.

Enquanto não se planeja ou se organiza para economizar, o patrimônio público apodrece a olhos vistos.

Esta matéria foi publicada antes na edição impressa do Tribuna Livre.

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