Maternidade funciona no prédio da antiga Santa Casa, no Centro de Angra | Foto: Reprodução

Um dos questionamentos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro sobre o contrato de Angra com a organização Ideias diz respeito ao valor investido na maternidade, que hoje é três vezes mais alto que na época da Irmandade da Santa Misericórdia, então gestora da Santa Casa. Em nota postada no site oficial do município, a prefeitura de Angra diz que tem a explicação para a divergência de valores.

De acordo com a prefeitura, o hospital e maternidade recebe mensalmente R$ 6,3 milhões para arcar com as despesas da unidade: incluindo compra de insumos e medicamentos, realização além de exames laboratoriais e de imagem, serviços técnicos de UTI neonatal, segurança patrimonial, folha de pagamento de pessoal e alimentação de pacientes, acompanhantes e funcionários. Na época da Santa Casa, o valor não chegava a R$ 2 milhões mensais. O município diz que hoje, porém, a lista de serviços e contratos na unidade seria maior.

— Durante a gestão da Santa Casa, a prefeitura repassava R$ R$ 1,7 milhão e mais R$ 600 mil de custeio, totalizando uma média mensal de R$ 2,1 milhões por mês (sic) para a maternidade. Na época, o hospital contava com 283 funcionários, número considerado insuficiente na sindicância feita, em 2019, pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) — afirma o município.

Hoje, porém, sob a gestão da Ideias, a quantidade de médicos e de contratos de prestação de serviços quase dobrou passando para 453 pessoas e contratos. A prefeitura diz que a despesa extra se justificaria pelo alto nível de resolubilidade e satisfação dos usuários.

— Levantamento da Ouvidoria do hospital junto a 9.838 usuários apontou que 88,7% acham o serviço oferecido pela maternidade excelente ou bom. Os maiores elogios são para as equipes médica, de enfermagem, de serviço social e de nutrição — afirma a prefeitura angrense.

Em 2021, recomendação da Defensoria Pública do Estado do Rio apontou que a maternidade Codrato de Vilhena estava com péssimas instalações, poucos profissionais de saúde e falta de equipamentos imprescindíveis ao atendimento das gestantes e recém-nascidos. A Defensoria chegou a requisitar ao município a comunicação das medidas que seriam adotadas para sanar as irregularidades e garantir a regularização dos serviços prestados, sob risco de ajuizamento de demandas judiciais.

Atualmente, o hospital tem 369 funcionários e 84 prestadores de serviços por pessoas jurídicas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, lactaristas e farmacêuticos, entre outros. Tem 45 leitos obstétricos, dos quais 20 de alojamento conjunto, cinco de cuidados intermediários neonatais e cinco de terapia intensiva (UTI adulto), além de duas ambulâncias para atender emergências. As instalações e equipamentos são novos e têm manutenção periódica.

Em um ano, a maternidade realizou 12.332 atendimentos na classificação de risco, dos quais 2.609 evoluíram para internação. Das internações, foram realizados 1.818 partos, além de 40.075 vagas para procedimentos ambulatoriais. A maternidade tem ainda suporte para exames complementares e de imagem, como radiografias, tomografias e ultrassonografias.

APOIE O JORNALISMO DO TRIBUNA LIVRE
O Tribuna Livre é um jornal da Costa Verde com presença regular na Internet. Nossa missão é levar informação relevante aos nossos leitores. Assine o Tribuna Livre neste link e fortaleça nosso trabalho.

Deixe seu comentário

Escreva seu comentário!
Nome