No dia do aniversário de 355 anos da cidade, Paraty testemunhou um acontecimento que vai mudar seu futuro. Em parceria com a concessionária Águas de Paraty, a prefeitura assinou, enfim, a ordem de serviço para a construção da primeira estação de tratamento de esgoto da malha urbana da cidade. Daqui a um ano e meio, ao menos a metade de todo o esgoto do município estará sendo coletado e tratado. Não é pouca coisa, afinal, hoje praticamente nada disso é tratado e ameaça os principais rios que cortam a cidade. A obra será feita com apoio do governo do Estado, por meio do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fecam).
— Muita gente nem acreditava mais que a gente pudesse ter acesso a estes recursos. Felizmente, com muita dedicação e bons projetos, o prefeito Vidal conseguiu este enorme benefício. ´E mesmo um presente para a cidade — disse o vice-prefeito pastor Izaques Marendaz (PSB).
Desde 2014, pelo menos, Paraty tentava ter acesso a R$ 29 milhões prometidos pelo Governo do Estado no ato da assinatura da concessão da água e esgoto à empresa Águas de Paraty. Foram mais de sete anos de espera e no final do ano passado, por decisão do governador Cláudio Castro (PL), os primeiros R$ 9 milhões foram enfim liberados. Para o prefeito Luciano Vidal (MDB), a cidade tem que agradecer.
— Para as coisas darem certo tem que ter gestão e parceria. Temos hoje um governador que conseguiu equilibrar as contas do Estado e está dando muito apoio às cidades do interior. Em Paraty temos muito pelo que agradecer — disse o prefeito.
Vidal foi além. Disse que a cidade fará uma espécie de ’40 anos em quatro’, com investimentos em todas as áreas. E afirmou que o saneamento passa a ser uma prioridade, com aportes regulares de recursos. Na conta da parceria Estado, prefeitura e concessionária, ainda faltam ao menos R$ 12 milhões, que caberiam à Eletronuclear. Mesmo assinando as peças de divulgação da nova estação de tratamento de esgoto, a empresa de energia ainda não deu o dinheiro que prometeu. O prefeito promete endurecer.
— Já avisei ao presidente Leonam (da Eletronuclear) que nossa paciência acabou. Desde 2009 a empresa tem dívidas com o município e um dos nossos recursos será recorrer à Justiça — ameaçou.
A construção da estação de tratamento de esgoto da malha urbana da cidade vai beneficiar os maiores bairros da cidade. A estação será ligada por meio de estações elevatórias à rede da Ilha das Cobras, Mangueira, Patitiba e Chácara da Saudade, entre outros. A operação reduzirá o descarte de esgoto na baía de Paraty e promoverá a despoluição dos rios Matheus Nunes e Perequê-Açu. Para a concessionária Águas de Paraty, é a consolidação da Parceria Público Privada iniciada em 2014.
— Nós já universalizamos a oferta de água em toda a cidade, com a construção de estação de tratamento e agora chegamos à etapa do tratamento de esgoto. A previsão é que após 18 meses, a futura estação lance a cidade ao patamar de 50% de esgoto tratado — prevê Alberto Costa, superintendente da Águas de Paraty.
A nova estação de tratamento de esgoto poderá tratar até 11 milhões de litros de esgoto por dia. No futuro, a mesma estação receberá o esgoto dos bairros onde a rede coletora ainda será implantada, inclusive do Centro Histórico, elevando o tratamento de esgotos na cidade a 100% da malha urbana.
Fotos: Ângelo Godoy | PMP
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