Creio que o assunto do momento no turismo na Costa Verde fluminense é o tão falado ordenamento náutico. É um tema polêmico e que envolve inúmeros fatores socioeconômicos, ambientais e de desenvolvimento para o setor. Portanto é compreensível que desperte tantas paixões.
O fato gerador é que a falta de presença efetiva do poder público nesta questão por vários anos levou os donos de embarcações e empreendedores a fazerem suas próprias regras. Em alguns casos, porém, esta autorregulação não funcionou a contento. Após tantos anos sem a fiscalização adequada e desordem, o que vemos hoje é uma babel de interesses, de superposição de responsabilidades e de loteamento desigual de oportunidades.
Todos já compreendemos que é amplamente necessário, porém impossível de se fazer, em 3 meses, o que está desassistido de atenção por tantos anos. E é importante destacar que para solução, será necessário engajamento e uma ampla avaliação envolvendo todas as partes.
Hoje há inúmeras famílias que encontraram um meio de sobrevivência nas atividades do turismo náutico em Angra dos Reis. Algumas vivem disso há mais de 10 ou 15 anos. Todos estão agora aparentemente acuados, sem entender muito bem o por quê de estarem sendo proibidas de trabalhar.
Precisamos sim, de criar um novo turismo, que seja sustentável como se pretende, mas que isso seja feito com apoio e entendimento entre todos os envolvidos. Não se pode agora virar as costas para estes trabalhadores e empreendedores honestos e simplesmente dizer-lhes que eles ‘não podem mais’ fazer isto ou aquilo. Exige-se do município e das autoridades, bom senso, equilíbrio e, sobretudo, empatia com estes profissionais.
Penso que cabe a TODOS — autoridades, prefeitura, empresários e trabalhadores do turismo — encontrarmos um viés de discussão sobre o turismo náutico e os demais segmentos do turismo na cidade, a fim de encararmos de fato, o desafio de construirmos um futuro realmente sustentável para esta atividade.
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(*) Marc Olichon é empresário. É presidente do Angra e Ilha Grande Convention & Visitors Bureau (ACVB).
- Fotos: Reprodução/PMAR
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