Na prática, o governo do presidente Jair Bolsonaro já acabou. Salvo um outro espasmo de autoridade ou alguma bravata para o público fiel do seu ‘cercadinho’ eleitoral, a gestão que começou anunciando choque de liberalismo e combate destemido contra a corrupção, chega à antessala do seu ocaso com pouca viabilidade eleitoral, poucas entregas efetivas em favor da população e desmonte da empregabilidade e das políticas públicas de assistência social. O governo Bolsonaro entrará para a História mais pelo que não fez do que efetivamente por algum benefício efetivo.
Se olharmos apenas e tão somente as expectativas geradas em favor de Angra dos Reis e da Costa Verde fluminense, o saldo de quase três anos de governo é amplamente negativo. Não vieram os investimentos significativos, não voltaram as obras do setor naval e não avançaram as normatizações prometidas e que ‘destravariam’ o investimento no setor de turismo, abrindo caminho para que Angra se tornasse uma ‘nova Cancún’. Não houve nada realmente nesta direção.
Ahhh, dirão, ‘mas ainda faltam 18 meses de governo’…
Bem, lamento informar que, na prática, o presidente tem no máximo oito meses de mandato pleno, antes que sua base de apoio no Congresso perceba que esta sustentação é o abraço de um afogado e comece a deixá-lo pendurado na brocha. O que não avançar no segundo semestre deste ano — em meio a CPI e denúncias de corrupção circundando o núcleo militar do governo — sinceramente, não anda mais. A experiência de governo liberal no Brasil durou pouco e foi uma bosta. Melhor passar para o próximo assunto.
Mais um prego no caixão
Enquanto escrevia estas linhas, o portal de jornalismo UOL divulgou gravações de áudio indicando que o então deputado Jair Bolsonaro (1991/2018) não apenas estaria ciente como coordenaria a captação ilegal de recursos de seus assessores. O peculato não chega a ser surpresa, mas é mais um cravo no caixão do governo.
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(*) Klauber Valente é jornalista e editor do Tribuna Livre. É pós-graduado em Administração Pública pela FGV/RJ e foi presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis de 2015 a 2016.
Fotos: Reprodução/Divulgação
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