Moradora de Paraty vai nadar 36km em águas abertas no Rio de Janeiro

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A atleta radicada em Paraty em plena maratona de treinos | Foto: Divulgação

A nadadora Mónica Calderón Guzmán (foto), 39, colombiana e moradora de Paraty, deve cair na água entre este sábado, 16 e o dia 20 de março para realizar um dos maiores e mais populares desafios para os nadadores na América do Sul: a Travessia do Leme ao Pontal. Se obtiver êxito, Mónica será a 15ª mulher a concluir a travessia na categoria solo.

O desafio contém 36km de natação em águas abertas, com saída da Pedra do Leme, no Rio, antes do raiar do dia. A desafiante será acompanhada por um barco durante o trajeto e não poderá receber ajuda nem ser tocada por ninguém. É permitido apenas o auxílio na hidratação e suplementação por membros da equipe.

Mónica estima que passará 12 horas na água para cumprir o desafio e irá mentalizar sua mãe e seus quatro filhos a aguardando na Praia do Pontal. Ela afirma que quer ser um exemplo para os filhos. A nadadora também prestará homenagens a Fernanda Brener, uma de suas primeiras amigas brasileiras, que faleceu em janeiro em decorrência de um câncer de mama.

Em 2018, Mónica descobriu a natação em águas abertas na calma baía de Paraty e de lá para cá, adicionou três ultramaratonas aquáticas no currículo: BISA (16km), Ilha do Mel (23km) e 14 Bis (24km). A atleta acredita que o treinamento para as provas contribui para a superação de desafios em sua vida pessoal e profissional.

— Muitas coisas simbólicas acontecem durante a preparação. Eu vou aumentando os quilômetros e isso me faz ter força para passar pelas situações difíceis que a vida apresenta — conta ela.

Desde agosto de 2023, a ultramaratonista se prepara para nadar do Leme ao Pontal, desdobrando-se na rotina exigente de atleta amadora, mãe, empreendedora e gestora de projetos. Guzmán realiza seis nados semanais com duração de 2 horas, muitos dos quais pratica sozinha. Além de fazer fortalecimento muscular, treinamento mental e acompanhamento nutricional.

Para arcar com custos de suas últimas travessias, a nadadora passou a ofertar aulas de natação no mar para amigos e conhecidos, atraindo um público cativo feminino e contribuindo para a introdução de mulheres nas águas abertas.

— A Mónica é uma fonte de inspiração para todas as mulheres que buscam o melhor de si mesmas, com disciplina, dedicação e coragem. Sua presença acolhedora e amorosa foi um presente em minha vida em um momento muito doloroso. Agradeço por trazer o mar aos meus dias — declarou a psicóloga Eline Mutti, nadadora assistida por Mónica.

A colombiana possui uma relação antiga com a água, pois nasceu com uma luxação no quadril e foi submetida a cirurgias e sessões de fisioterapia aquática. Ela diz que até hoje se recorda do cheiro da piscina, das toalhas e da fisioterapeuta.

— Eu sabia nadar, mas até os quatro anos não podia caminhar. Inclusive, me disseram que eu nunca poderia ter filhos de parto normal e eu sempre tive o sonho de ser mãe. Todos os meus filhos nasceram em casa, de parto normal — relembra.

É possível acompanhar o desafio de Mónica através das transmissões e postagens feitas no perfil da Leme to Pontal Swimming Association (LPSA) no instagram (@swimlpsa) e pelas redes sociais da nadadora (@monicaguzman2603).

(*) Com informações apuradas pela jornalista Tayná Pádua.

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