Algo se move no governo municipal de Angra. Sem dar muita justificativa ou explicação, o prefeito angrense Fernando Jordão (PL) determinou alterações no comando de cinco setores, incluindo a Defesa Civil e a poderosa secretaria de Obras. A coluna ‘Drops Político’ registra a dança das cadeiras e tenta entender o movimento político escondido aí.
a. Comunicação
A experiente jornalista Regina Braz deixou o cargo após cinco anos. No lugar assumiu Gerusa Guimarães, também jornalista, que já atuou como assessora de Fernando Jordão durante mandato na Câmara dos Deputados. Vale lembrar que desde o ano passado quem determina as ações de comunicação da prefeitura angrense é a agência de notícias Somma, dona de um contrato de R$ 3 milhões/ano para gerenciar redes sociais do governo, do prefeito e do secretário de Governo. Desde 2019, a prefeitura de Angra não tem contrato de publicidade e faz malabarismos para veicular propaganda em meios de comunicação da região.
b. Obras
Do mesmo jeito que foi afastado, o engenheiro Alan Bernardo retornou ao cargo de secretário de Infraestrutura e Obras Públicas. Saiu sem motivo e voltou sem explicação. O arquiteto Cristiano Manhães, que ficou menos de três meses na função, foi escolhido para um cargo no Hospital Geral da Japuíba.
c. Administração e Serviço de Água e Esgoto
Surpreendeu a nomeação de Márcia Paiva para a secretaria de Administração, no lugar do administrador Felipe Larrosa. Paiva é advogada e atuava na área de gestão de suprimentos do governo. Agora será gestora de pessoas. Larrosa, que vem sendo aquinhoado com cargos de responsabilidade durante todas as gestões Jordão, voltou para a direção do Serviço de Água e Esgoto (Saae/AR), que começa a ser preparado para uma privatização por meio de parceria público privada.
d. Defesa Civil
O agente Jairo Fiães, um técnico, foi substituído pelo engenheiro florestal Fábio Junior da Silva Pires, ambos concursados da própria DC. Há rumores de que teria havido falha nos controles internos da secretaria, precipitando a mudança.
1. Em busca do partido perdido
Como em política nada se move no vácuo, emissários do governo de Angra fizeram chegar às direções partidárias estaduais de ao menos duas legendas (uma à esquerda e outra à direita), que precisam deste partido para a montagem de uma ‘base’ de apoio ao candidato do prefeito angrense na eleição de 2024. Pelo menos um partido piscou de volta e aceitou conversar. A conferir o desfecho.
2. Paraty é outro patamar
Com enorme senso de responsabilidade regional, o prefeito de Paraty, Luciano Vidal (MDB), deu mais uma vez exemplo, liderando a prefeitura paratiense numa mobilização solidária em favor das cidades do litoral paulista atingidas por temporais. A primeira leva de doações de água e alimentos coletadas pela prefeitura com apoio de empresários, associações e igrejas da cidade já foi levada. Mais doações podem ser feitas no Centro de Informações Turísticas, na entrada do Centro Histórico. Merece reconhecimento.
3. Engrossou a voz
Por falar em Paraty, na entrevista que deu à Costazul FM no início da semana, o prefeito Vidal engrossou a voz ao falar da concessionária CCR RioSp, que administra a rodovia Rio-Santos. Vidal patrocina uma ação judicial contra a cobrança do pedágio no território paratiense e cobra um plano de investimentos da empresa para a cidade. Na Costa Verde é a única voz contra a forma de cobrança pretendida pela empresa. Os prefeitos de Angra e Mangaratiba até aqui, nada disseram contra.
FRASE DA SEMANA | “Quem tem apego ao poder ou ao dinheiro, não faz boa política.” | Do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT)
(*) A coluna ‘Drops Político’ também é publicada na edição impressa do jornal Tribuna Livre.
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