Pouco mais de uma semana depois da divulgação do resultado da eleição presidencial deste ano, adeptos do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão organizando e promovendo listas de ‘boicote’ com nomes de empresas e profissionais liberais que teriam apoiado o presidente eleito Lula da Silva (PT) e por isso devem ser evitados na hora das compras. A prática chegou também a Angra dos Reis, onde eleitores de Lula também responderam com lista de estabelecimentos de bolsonaristas. As duas listas estão circulando em grupos de mensagens instantâneas.
Como fica claro nas mensagens, o intuito do compartilhamento é evitar os estabelecimentos, ou seja, se recusar a comprar, usar ou frequentar algum local como forma de protesto pelo suposto apoio à candidatura de Lula e agora também pelo apoio a Bolsonaro.
Também surgem relatos de comerciantes que tiveram negócios suspensos ou cancelados em virtude de posições políticas.
— Meu cliente bolsonarista me avisou que não vai renovar o contrato com minha empresa porque saber que eu votei no Lula e tenho adesivo no carro — relatou um prestador de serviço.
Na semana passada, grupos que apoiam o presidente Bolsonaro foram para a rodovia Rio-Santos e a frente do Colégio Naval pedir ‘intervenção militar’. A manifestação golpista também recomenda que negócios de bolsonaristas não abram as portas ou que demitam funcionários que votaram em Lula.
Os casos de ‘boicote’ que levem a efetivo prejuízo de comerciantes podem ser investigados como crime a depender dos efeitos, por isso pode ser feita informação à Polícia Civil para apuração. Em Angra dos Reis, Bolsonaro teve 66% dos votos. A cidade foi a que deu mais votos ao presidente derrotado nas urnas.
Foto: Arquivo
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