Na semana do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio – 10 de setembro –, Mangaratiba abraçou a causa por meio do Setembro Amarelo, promovendo ações pela cidade. O prefeito Alan Campos, conhecido como Alan Bombeiro, participou das atividades, que procuraram mostrar a importância da vida.

Na Praia do Saco, por exemplo, o primeiro encontro relacionado à iniciativa foi organizado na UBS do Ranchito. Na orla do bairro, uma sessão de yoga reuniu moradores do local no calçadão. Em Muriqui, duas atividades também movimentaram a data. Uma na UBS do Distrito; a outra no Cecap.

– Temos que buscar condições para que todos levem uma vida digna e que cada um busque sua felicidade – diz o prefeito.

No posto de saúde do município, o psicólogo Juraci Brito fez uma pequena apresentação na recepção. Com auxílio de um vídeo, ele instigou a reflexão de todos os presentes. Além disso, o profissional falou da importância de preservar a vida.

– Como falar de suicídio, se não falarmos da importância de nossas vidas? Temos que fazer reflexões. Um dia vamos morrer, sim, mas vamos viver bem. Pensem nisso. Nossa vida é bem mais valiosa – comenta o psicólogo.

Próximo dali, no Cecap, a Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Cecília Cabral, participou do ciclo de palestras sobre o tema com os moradores locais.

 

Dados e prevenção

 

Nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. O dado, da Organização Mundial da Saúde (OMS), indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas.

A primeira medida preventiva é a educação. É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto. O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade.

Hoje, 32 brasileiros se suicidam diariamente. No mundo, ocorre uma morte a cada 40 segundos. Aproximadamente 1 milhão de pessoas se matam a cada ano. Sabe-se que os números são muito maiores, pois a subnotificação é reconhecida. Além disso, os especialistas estimam que o total de tentativas supere o de suicídios em pelo menos dez vezes.

É fato que o suicídio é um fenômeno complexo, de múltiplas determinações, mas saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo.

Isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.

O suicídio é um ato de comunicação. Quem se mata, na realidade tenta se livrar da dor, do sofrimento, que de tão imenso, parece insuportável.

 

 

Fotos: J. Alves Bahia

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