Para a lutadora angrense de jiu-jitsu Paola Teodoro, que começou a praticar a arte marcial ainda aos 10 anos de idade, por conta de uma aula experimental, a maioridade trouxe muitas coisas boas, mas também, uma visão mais ampla quanto às dificuldades enfrentadas por aqueles que encontraram no esporte um meio de vida.

Moradora do bairro Marinas, ela segue sendo presença garantida em competições que acontecem com frequência mensal, e uma coisa não muda: os ótimos resultados obtidos em cada torneio.

– Todos campeonatos que eu participei, desde a faixa branca até agora na faixa roxa, forneceram bons resultados. Eles são importantes: ganhando ou perdendo, sempre busco fazer o melhor – afirma Paola.

E se ela lutou – e luta – por resultados positivos ao longo da vida esportiva, na questão de apoios e patrocínios, a batalha também segue contínua, mesmo que o inimigo pareça ser sempre superior.

– É muito difícil. Sou integrante de projeto social desde que comecei a treinar e nada é fácil. Não tenho recursos para participar de todos os campeonatos e muitos não apoiam e nem patrocinam. Já recebi muito “não” por ser uma menina, por muitos falarem que jiu-jitsu é coisa de homem. Só que hoje eu faço muitas coisas que um homem não é capaz de fazer – declara a atleta.

A realidade de Paola é muito parecida com a de outros atletas do município, que vivem no sufoco, tentando conseguir recursos para competir, viajar e tudo mais.

– Vida de atleta não é fácil. Tem custo com inscrição, transporte, alimentação etc. Não estou falando de todos, porque alguns têm uma condição melhor e conseguem arcar com os gastos. Mas e os outros? – questiona Paola.

Para a lutadora, os angrenses têm que abraçar mais a causa do esporte, já que a prática dele acaba se transformando em verdadeiros projetos de vida, inclusive, resgatando jovens do crime ou das drogas.

Mesmo com todo os obstáculos, Paola não para. De uns tempos para cá, começou também a praticar a modalidade conhecida popularmente como luta livre. E já segue com seriedade na área.

– Entrei nessa modalidade por meio de um amigo chamado Eric dos Santos Barbosa, que tem um projeto chamado ESB Luta Livre. Ele me incentivou e incentiva até hoje, tanto na nova prática quanto no jiu-jitsu – relembra a lutadora.

E se falta patrocínio ou até mesmo pessoas que acreditem no potencial dela, também existe esperança de sobra.

– É muito difícil, sim, mas não é impossível. Tem que ter muita força de vontade e não desistir, mantendo a fé. A caminhada é penosa, mas minha dica a todos os atletas é que eles continuem se destacando tanto nos treinos quanto nas competições, mostrando seu trabalho para o mundo, mantendo a humildade sempre. Com ou sem patrocínio, continue fazendo sempre o seu. Deus vai te honrar – finaliza ela.

 

 

Fotos: divulgação

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