Agora até as estrelas já sabem que Dilma Roussef (PT) não foi eleita no primeiro turno da eleição presidencial muito provavelmente por causa do crescimento de Marina Silva (PV) especificamente no Estado do Rio de Janeiro, onde a coordenação da campanha Dilma foi confiada ao PT e ao governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB). A ‘verde’ ficou em segundo lugar no Estado, com pouco mais de 23% dos votos.

Em agosto, nesta Tribuna Livre, já registrávamos o peso do Rio de Janeiro na escolha do próximo presidente. Estado inclinado levemente à esquerda, o Rio sempre teve vanguarda na eleição de candidatos socialistas, salvo pequeno período sob a hegemonia do PSDB. Dissemos à época que José Serra (PSDB) tinha campanha pífia no Estado e que a principal ‘avenida’ de crescimento era favorável a Marina. Duvido que os coordenadores da campanha Dilma não tivessem a mesma análise e projeções indicando este resultado. O que fizeram com elas então?

Talvez por ‘salto alto’, como admitem agora, ou por confiarem demais na popularidade e no desempenho de Cabral, os partidários de Dilma não privilegiaram o Rio. A candidata do PT esteve no Estado em apenas um evento de massa, mesmo assim prejudicado pela chuva forte e desarticulação do início de campanha. Mesmo com apoio de 90 dos 92 prefeitos do Estado, não fez nenhuma atividade pública fora da zona metropolitana do Rio. Mais que isso, não inseriu na campanha eleitoral nenhum tema caro aos eleitores do Rio de Janeiro, seja a questão da indústria naval (na qual o espólio de Lula lhe é amplamente favorável), do petróleo ou mesmo dos Esportes, com a conquista das Olímpiadas de 2016. Talvez tenha faltado ‘tracking’ para detectar que pouco mais de 4 milhões de votos seriam suficientes para encerrar o certame no domingo, 3.

Não por acaso, eu creio, a campanha do segundo turno começa no Rio mas ainda sem envolvimento da massa. Sem engajamento dos militantes, sem a emoção que foram a marca das eleições de Lula em 2002 e 2006 e com a qual o presidente dispõe por aqui de sua maior popularidade no Sudeste. Muito dificilmente, creio, Dilma será superada por Serra no segundo turno, mas o fato é que, para o Rio de Janeiro, nossa virtual presidente eleita não deverá dar tanta atenção quanto seu predecessor. A menos que, neste turno, haja mudanças no curso das campanhas.

Atualização às 13h02 — Um exemplo de como o PMDB pode ter ‘relaxado’ na disputa pela Presidência no Estado é a cidade de Volta Redonda. Lá, onde o prefeito peemedebista, Antônio Neto, tem mais de 70% de popularidade, Marina Silva (PV) venceu Dilma e Serra, ficando com 40% dos votos.

É o que vejo aqui desta Tribuna. E você?

Veja nossa postagem de agosto em http://www.tribunalivreangra.com.br/novotribuna/o-peso-do-rio-de-janeiro-na-eleicao-do-proximoa-presidente-da-republica/

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