O presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra), Carlos Henrique de Vasconcellos, o ‘Peninha’, negou ao Tribuna Livre que tenha obtido vantagens ilícitas ou recursos indevidos por meio de contratos com o Governo do Estado do Rio de Janeiro no período em que atuou como prestador de serviços a partir de 2008. Nesta quarta-feira, 8, o nome de Peninha foi citado por um jornal do Rio de Janeiro como sendo beneficiário de pagamentos ilegais de R$ 40 mil mensais, que seriam destinados a abastecer uma espécie de caixa paralelo do Estado, ligado ao ex-governador Sérgio Cabral (2007-14) mas, segundo Peninha, todos os créditos que recebeu foram por serviços efetivamente prestados na área de comunicação. Peninha, que é jornalista, foi secretário de Estado de comunicação do Rio de Janeiro durante um período na gestão do ex-governador Anthony Garotinho (1999-2002).

O atual presidente da Fundação de Turismo explicou que possui uma empresa que, em sociedade com outra companhia com sede em Genebra, na Suíça, detém direitos sobre a captação e uso de imagens e transmissão de dados de satélites. Este trabalho, inclusive, permitiu que ele, como jornalista e consultor, tenha atuado em mais de 50 países. A empresa de Peninha era uma das subcontratadas da agência de comunicação Prole, cujos contratos com o governo do Estado durante o mandato de Sérgio Cabral são o alvo principal da delação do publicitário Renato Pereira. Peninha confirmou que prestou serviços ao Governo do Estado no período citado por Pereira mas negou que tenham sido de natureza ilegal.

— A Prole contratava outras empresas e eu oferecia um serviço. Não teve nada de ilegal. Na forma como está sendo apresentado parece que eu sou um ladrão, mas eu tenho como comprovar todo o trabalho que fiz — defendeu-se ele.

O jornal que publicou a denúncia de Renato Pereira chegou a registrar a defesa de Peninha, sem muito destaque. O presidente da TurisAngra disse ter ficado surpreso com a manipulação da notícia em Angra dos Reis. Durante todo o dia de ontem, dezenas de montagens foram feitas com a notícia do jornal e veiculadas por meio de grupos de mensagens instantâneas. Peninha disse que avalia processar judicialmente as pessoas que o tiverem difamado ou acusado de condutas ilegais.

Peninha está no cargo de presidente da Fundação de Turismo de Angra desde janeiro deste ano a convite do prefeito angrense, Fernando Jordão (PMDB). O governo municipal não emitiu nenhuma nota a respeito do caso e deixou que seu secretário ‘sangrasse’ durante todo o dia de ontem. Mesmo assim não há nenhuma indicação de que Peninha esteja com a função ameaçada. Também são falsas as afirmações de que o prefeito o teria demitido. O presidente deu expediente normal ontem e sua agenda de trabalho está mantida.

Críticas — Na terça-feira, 7, o presidente já havia sido duramente criticado durante a sessão da Câmara Municipal por uma vereadora da base de sustentação do próprio governo. Nas palavras da parlamentar, o trabalho de Peninha à frente da Fundação de Turismo ainda não decolou e ele precisaria, segundo ela, ‘arregaçar as mangas’ e trabalhar mais. Sobre essa crítica também, o governo de Angra nada disse.

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