Para alertar os profissionais da área de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), será realizada a “IV Jornada Respirar Sul Fluminense – Asma Brônquica e DPOC”, no auditório do Hospital Unimed de Volta Redonda, no sábado, 19 de outubro, das 8h às 13h30. O evento contará com palestras ministradas por renomados especialistas, que abordarão diferentes aspectos da doença.

Apesar das campanhas publicitárias e educativas contra o tabagismo, o cigarro ainda é um dos principais causadores de doenças graves e crônicas, além de estar diretamente associado a milhões de mortes em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos fumantes habituais têm chance de desenvolver a DPOC, considerada a terceira causa de morte no mundo – 3,17 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência da doença.

A DPOC é uma doença silenciosa, especialmente nas suas fases iniciais. Apresenta falta de ar –    dispneia – durante a prática de algumas atividades físicas simples e, não raro, o paciente  considera “normal” e associado a um processo de envelhecimento natural.  No entanto, com o tempo, os sintomas da doença vão se tornando mais intensos e passam a aparecer inclusive diante de mínimos esforços físicos. Nas fases mais avançadas e críticas, a falta de ar pode ser notada mesmo com a pessoa em repouso. Nesses casos, o paciente pode ficar dependente do uso de oxigênio de forma constante para conseguir certo grau de alívio para a falta de ar.

A DPOC é caracterizada como a combinação de duas enfermidades, a bronquite crônica –inflamação crônica das vias respiratórias – e o enfisema pulmonar – destruição do tecido pulmonar. Ela leva à redução progressiva do fluxo de ar nos pulmões, devido ao estreitamento dos pequenos brônquios – vias que levam e trazem o ar dos pulmões.

Segundo o pneumologista Gilmar Alves Zonzin, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOPTERJ) e professor do UniFOA, a DPOC acomete, mulheres e homens, principalmente a partir dos 40 anos. No Brasil, estima-se que existam sete milhões de pessoas com a doença, mas presume-se que apenas 12% dos pacientes estejam diagnosticados.

Para o pneumologista, um dos grandes problemas relacionados à doença é a dificuldade para o diagnóstico precoce e preciso.

– Muitas pessoas, principalmente os fumantes, negligenciam os sintomas de tosse constante e cansaço, não procuram o serviço médico para uma investigação clínica e, consequentemente, diagnóstico e tratamento adequados – adverte o médico.

O diagnóstico é, de certa forma, simples, já que se baseia no quadro clínico que observa a história de exposição – consumo de cigarros – e a comprovação da obstrução, feita por meio de um exame simples e acessível, a espirometria. Entretanto, em muitos casos, alerta o médico, a radiografia de tórax isoladamente não é capaz de identificar a doença.

– É comum que a radiografia dos pulmões esteja completamente normal, levando a uma falsa ideia de que a pessoa não está doente. Por isso, é necessária uma investigação mais aprofundada – diz o pneumologista.

Apesar de não existir cura para a DPOC, a doença é atualmente tratável e também pode ser prevenida.

– Parar de fumar imediatamente ou, de preferência, não iniciar, é atitude indispensável para reduzir o risco de desenvolver a DPOC – alerta o Gilmar Zonzin.

De acordo com o médico, quanto mais precoce o diagnóstico, mais simples e efetivo é o tratamento. Outros fatores que também podem contribuir para o surgimento da doença pulmonar obstrutiva crônica são exposição à fumaça de combustão de lenha e querosene e a produtos químicos, além de infecções respiratórias recorrentes e algumas doenças genéticas.

 

 

Foto: divulgação

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