O prefeito de Paraty, Luciano Vidal (MDB), quer que a população das cidades da região boicote e não compareça à reunião pública convocada pela Petrobras para discutir a exploração de petróleo na Bacia de Santos e sua interface com as cidades fluminenses. O encontro será na quarta-feira, 26, mas para Vidal será apenas ‘encheção de linguiça’.
— Eles vêm aqui, falam, fazem lista de presença mas não cumprem com as obrigações com as cidades. Cadê os recursos que são prometidos e obrigatórios? Não estou para incentivar nenhum tipo de guerra, ódio, nem briga, mas vou fazer uma carta de protesto contra esta reunião — prometeu Vidal em vídeo postado nas suas redes sociais.
O prefeito argumenta que a Petrobras teria uma ‘dívida’ com a cidade de Paraty na ordem de R$ 43 milhões. Dinheiro que, segundo Luciano Vidal, deveria ser investido em projetos ligados à pesca artesanal, maricultura, regularização fundiária e outros temas que têm interface com o meio ambiente. Este dinheiro, segundo ele, jamais chegou à cidade.
Vidal também criticou os organismos de vigilância e de regulação como o Ibama e as agências de Transportes Terrestres (ANTT), de Petróleo (ANP) e de energia elétrica (Aneel).
— Primeiro cumpra o que estão devendo a nós. Estes órgãos não nos respeitam. Não cumprem condicionantes e nem acordos — reclamou o prefeito.
A audiência pública convocada pela Petrobras será no clube Aquidabã, em Angra. Esta será a quarta etapa da discussão sobre a exploração de óleo e gás na bacia de Santos, localizada geograficamente ‘em frente’ à Costa Verde. A exploração de petróleo e gás nesta região gera recursos para as cidades em formato de royalties. Em Angra, os royalties somam mais de R$ 100 milhões por ano.
— Peço apoio aos prefeitos de Angra e Mangaratiba para que nossa ausência seja uma manifestação de protesto à falta de atenção com as cidades — disse o prefeito Vidal.
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