A Petrobras Transpetro pretende lançar em janeiro do ano que vem um edital visando a contratação da construção de ao menos 25 navios destinados a ampliar sua frota própria. O anúncio foi feito pelo presidente da companhia, Sérgio Bacci, durante a feira Navalshore 2023, no Rio. Os objetivos da contratação são atender prioritariamente à holding Petrobras, contribuindo para reduzir custos de afretamento, além de fortalecer o protagonismo da Transpetro na retomada da indústria naval brasileira, como já ocorreu durante os dois primeiros mandatos do presidente Lula (2003-10).
Bacci disse que para tornar a indústria mais forte, é necessária uma política de Estado de longo prazo, que inclua linhas de créditos acessíveis, regras adequadas de conteúdo local e encomendas públicas e privadas perenes.
— Estamos desenvolvendo, em conjunto com a Petrobras, o programa TP 25, que prevê a contratação de pelo menos 25 embarcações para cabotagem, apoiando dessa forma a geração de encomendas de médio e longo prazo no Brasil — garantiu ele.
Conteúdo nacional — Especialistas e sindicalistas defendem o aumento do nível de conteúdo nacional em encomendas de plataformas e navios como um dos vetores da geração de empregos no país. A luta é liderada, por exemplo, pela Federação Única dos Petroleiros.
Atualmente, o índice de conteúdo local nas licitações de plataformas da Petrobras está em 25%. Já foi de 40% no passado, exatamente até o final do governo Dilma (2011-16). Para os sindicalistas, na prática, este índice baixo de conteúdo nacional privilegia encomendas no exterior como ocorreu durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-22). As plataformas P-84 e P-85, por exemplo, licitadas em dezembro do ano passado, estão com índice de conteúdo nacional mínimo de 25%. A P-80, também contratada no governo anterior, será construída em estaleiros da China e Singapura.
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