Reunidos em assembleia geral na manhã desta quarta-feira, 23, os trabalhadores da construção civil que atuam na obra da usina nuclear Angra 3 decidiram aprovar ‘estado de greve’ e anunciam paralisação geral de pelo menos três dias em toda a obra a partir da próxima segunda-feira, 28. Segundo o presidente do Sindicato da categoria (Sticpar), Donato Borges da Silva Filho, a decisão unânime da assembleia é para garantir a volta da empresa Andrade Gutierrez à mesa de negociações por aumentos salariais e melhores condições de trabalho no canteiro da nova usina nuclear brasileira.

Os trabalhadores estão insatisfeitos e aprovaram esta decisão para que a empresa aceite negociar os termos já apresentados pelo Sindicato. O ‘estado de greve’ e a paralisação vão acontecer porque a empresa mostra-se intransigente na negociação — contou Donato.

O dirigente sindical explica que, há pouco mais de dois meses, quando foi fechado o acordo coletivo anual prevendo reajuste linear de 8% para os trabalhadores do setor, a empresa Andrade Gutierrez, principal contratada para a construção de Angra 3, fez uma promessa de reajuste salarial diferenciado para os profissionais que atuarão diretamente na construção da usina. A quebra desta promessa é a principal razão para o descontentamento da categoria.

Acordo tem que ser cumprido. Essa foi uma das condições para os trabalhadores aceitarem a proposta do sindicato patronal na negociação anterior. Não pode haver recuo por parte da empresa e o Sindicato está ao lado dos trabalhadores na cobrança do cumprimento deste compromisso — disse Donato.

Atualmente há cerca de mil trabalhadores atuando diretamente na obra de Angra 3. A expectativa é de que, em três anos, sejam seis mil. O salário inicial de um ajudante nesta obra está em cerca de R$ 680,00, o que os trabalhadores acham pouco, considerando que o valor da obra de Angra 3 passa dos US$ 1,7 bilhão.

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