À primeira vista o desafio não parece fácil. As metas são ousadas mas, pela disposição do grupo, serão alcançadas. Após 12 anos sem eleição, uma nova diretoria assumiu a Fundação dos Trabalhadores do Estaleiro Verolme (Funtresve) para resgatar a credibilidade da instituição, organizar a categoria (especial-mente os aposentados), reformar e resgatar o Grêmio Desportivo Verolme (GDV) e, ainda interferir nos rumos do debate sobre o setor naval, que enfrenta seu pior momento nos últimos 15 anos.

Para compor a direção, um time de verdadeiros ‘dinossauros’ da luta e da história sindical no município. Liderados pelo ex-metalúrgico Fernando Figueiredo, compõe a direção os ex-presidentes do Sindicato da categoria, Raul Alevato e Ricardo Arieira, além de outros ex-dirigentes sindicais. Fernando diz que esta foi a forma de evitar disputas políticas internas, quase um hábito no mundo sindical.

– O que a gente deseja é trabalhar para recuperar a credibilidade da Fundação. Quanto mais gente disposta a isso, melhor – diz Fernando.

A Funtresve foi criada em 1993 depois de um acordo que envolveu o patrimônio da antiga Verolme. Para abrir mão de créditos trabalhistas, um grupo grande de trabalhadores recebeu como herança o clube GDV, em Jacuecanga, e um lote de 2,84% de ações das Indústrias Verolme Ishibrás (IVI). Ainda não se sabe qual é o status dessas ações.
Em virtude do grande período de inatividade, houve até um pedido de cancelamento da Fundação e o próprio GDV acabou sendo entregue à prefeitura para pagamento de dívidas. Nos últimos seis anos, porém, a prefeitura nada fez em favor do prédio. Segundo Fernando, a partir de agora, isso será página virada.

– Estamos construindo um acordo com o prefeito Fernando para que a Fundação possa voltar a administrar esse espaço que é dos trabalhadores e aposentados – adiante o presidente.

Pelo acordo, o prefeito Fernando Jordão (PMDB), passaria a gestão do clube novamente para a Funtresve e, a partir daí poderiam ser feitas obras e melhorias. Uma das metas é que o GDV já possa ser usado no segundo semestre como sede dos jogos do time de Angra no estadual de basquete, relembrando os bons tempos de casa cheia na década de 90. Shows também poderiam voltar a ser realizados no local. Desde o final do ano passado já foram reativadas as escolinhas de esporte na piscina e outras áreas.

– Nós estamos de volta, ainda tomando conhecimento de algumas situações, mas com bastante disposição para participar inclusive dos debates sobre o setor naval – conta Fernando.

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre.

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