Sob muitas críticas, prefeitura de Angra diz que vai cobrar estacionamento

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Aterro do Carmo não receberá mais veículos para estacionamento gratuito | Foto: Wagner Gusmão / PMAR

Após anunciar o cumprimento do acordo para devolução da área do aterro do Carmo para a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) e de ameaçar multar quem estacionar no local, a prefeitura de Angra marcou para a próxima segunda-feira, 23, o início efetivo da cobrança de estacionamento no Centro da cidade e em áreas indicadas num decreto municipal de 2013. A decisão é vista com desconfiança pela população que teme ficar sem vagas na região central, em especial. Nesta segunda-feira, 16, até o ex-prefeito angrense, Luiz Sérgio (1993-96), entrou na polêmica.

De acordo com a prefeitura, esta semana o sistema de cobrança vai passar por testes. O estacionamento pago será implantado nas vias e áreas públicas próximas às áreas de comércio do Centro, da Vila Histórica da Mambucaba e da orla marítima (incluindo praias de Monsuaba e da estrada do Contorno).

A modelagem do negócio foi incluída na licitação apelidada de ‘Cidade Inteligente’, que virou um contrato ‘guarda-chuvas’ com estacionamento, Internet, publicidade externa e fibra óptica. O município diz que até 80% do valor arrecadado com as vagas rotativas será reinvestido na cidade, em ações como internet wi-fi gratuita em praças, aumento no número de câmeras de segurança e ampliação da rede de fibra ótica de órgãos públicos. O Cidade Inteligente foi entregue à empresa Enel X, uma joint venture internacional que até então administrava a instalação e troca de lâmpadas da iluminação pública. No ano passado, o prefeito Fernando Jordão (PL) chegou a viajar para a Europa para um encontro com diretores da empresa

Funcionamento — As áreas de cobrança foram dividias em três zonas identificadas por cores: Azul (carros de passeio, vans e outros veículos de pequeno porte), Branca (motocicletas) e Laranja (orla marítima). Juntas, elas terão cerca de 900 vagas de estacionamento. O potencial de arrecadação beira os R$ 400 mil por mês, segundo a própria prefeitura.

O bilhete avulso dará direito a uma hora de estacionamento, ao custo de R$ 3 (zonas Azul e Laranja) e de R$ 1 (zona Branca). Em todas as zonas, haverá a possibilidade de renovação de tempo de permanência, sem limite. Quanto mais tempo o veículo ficar estacionado, mais barata será a tarifa quando houver compra antecipada por período fixo. Nas zonas Azul e Laranja: 4 horas (R$ 8), 6 horas (R$ 10), 8 horas (R$ 12) e 11 horas (R$ 15). Na zona Branca: 4 horas (R$ 3), 8 horas (R$ 5) e 11 horas (R$ 7).

As zonas Azul e Branca vão funcionar de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 14h, no Centro e na Vila Histórica. Já a zona Laranja (praias), com vagas para qualquer veículo, incluindo motos, funcionará todos os dias, incluindo feriados, das 8h às 19h.

O pagamento do bilhete poderá ser feito por meio do aplicativo Digipare, nos parquímetros, nos estabelecimentos credenciados e com os operadores devidamente identificados.

Luiz Sérgio — O ex-deputado e ex-prefeito Luiz Sérgio decidiu dar opinião sobre a polêmica ao sugerir que a prefeitura de Angra e a própria Companhia Docas do Rio de Janeiro teriam planos de, ato contínuo ao fechamento do aterro do Carmo, colocar a área à disposição da mesma Enel-X para implantação de cobrança por estacionamento. Uma forma de, segundo ele, burlar a lei de licitações.

— O fato é que a prefeitura decidiu abrir mão daquela área e o que parece é que a empresa que vai cuidar do estacionamento rotativo pode estar levando de ‘mão beijada’ a área do aterro, sem licitação — insinuou ele, prevendo inclusive ações judiciais.

O ex-prefeito fala sobre fatos relacionados ao processo de desocupação

Foto: Reprodução

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