‘Segunda onda’ da Covid-19 acelerou as mortes em Angra dos Reis

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A chamada ‘segunda onda’ de infecções pelo coronavírus, que os especialistas atribuem ao período a partir do mês de novembro do ano passado, teve efeito devastador nas estatísticas da Covid-19 em Angra dos Reis, aumentando o número de casos confirmados e também de mortes. Levantamento feito pelo Tribuna Livre, com base nos boletins diários da secretaria de Saúde, confirmam que, após manter certa regularidade no número de casos e mortes até o fim de outubro, a partir de novembro a doença dá uma acelerada e a enfermidade chega a matar até duas pessoas por dia num período de cerca de um mês.

Até esta quarta-feira, 27, a cidade já havia alcançado a triste marca de 320 óbitos causados pela doença, com 11.098 casos confirmados da doença. Os números estão entre os mais altos das cidades do interior do Estado, fora da região metropolitana.

No gráfico abaixo, é possível constatar como a doença passou a matar mais rapidamente no período a partir de novembro. Entre o primeiro caso de óbito e as primeiras 50 vítimas foram mais de 60 dias. Depois, após 41 dias, a cidade chegou a 100 óbitos em 8 de junho. O maior intervalo entre 50 mortes foi exatamente entre agosto e o final de outubro. No dia 26 daquele mês, a cidade alcançou a marca de 200 óbitos causados pela Covid-19. Foram mais 56 dias para mais 50 mortes, com média diária abaixo de 1,0 caso fatal. Entre a véspera do Natal de 2020 e a primeira quinzena de janeiro deste ano, porém, a doença matou 50 pessoas em 24 dias, média superior a 2,0/mortes por dia.

Início de 2021 teve maior pico de mortes em Angra

E foi exatamente por causa do avanço nas estatísticas da doença no final de 2020 e o aumento da taxa de ocupação dos leitos hospitalares, que a prefeitura angrense reativou 20 leitos para atendimento no Centro de Referência Covid-19, na Santa Casa. Agora a unidade está com 80 leitos ativos, sendo 50 clínicos e 30 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que, somados aos 15 do Hospital de Praia Brava, somam 95 leitos públicos. A taxa de ocupação hospitalar, que ficou acima de 70% por quase um mês entre novembro e dezembro, agora estabilizou na casa dos 40%. O número de óbitos também está perdendo força, de acordo com os boletins. A chegada da vacina contra a doença na cidade também é motivo de esperança.

Enfermeira foi a primeira vacinada na cidade

A primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no município foi a enfermeira Jussara Gomes Ferreira, 53, que atua como fiscal das unidades de pré-atendimento da Covid-19 e coordenadora do SPA do Parque Mambucaba. Em seguida foram imunizados mais quatro profissionais da saúde na terça-feira, 19.

Indígenas do Bracuí já foram vacinados

— Representar meus colegas de serviço da saúde é muito importante, porque estar de frente desta pandemia, com tantas pessoas falecendo, pedindo socorro nas unidades, não é nada fácil — frisou a enfermeira Jussara.

Seguindo as determinações do Plano de Imunização, em Angra já foram vacinados os profissionais de saúde do atendimento, os indígenas com mais de 18 anos que residem na aldeia do Bracuí e os idosos com mais de 60 anos que estão em instituições de longa permanência, além de pessoas com deficiência.

Fotos: Wagner Gusmão/PMAR

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (nº 306)

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