Para buscar recursos para eventos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia teve a ideia de uma iniciativa que aliasse música e conscientização socioambiental. Assim nasceu em março do ano passado (no início da pandemia), o projeto ‘Reciclar para tocar’, que recolhe óleo usado e troca por instrumentos musicais. Tudo é coordenado pelo Clube Desbravadores Missionários da Bocaina, da Igreja Adventista, que reúne cerca de 26 crianças e adolescentes de 10 a 16 anos, todos do Parque Mambucaba, em Angra dos Reis.
Coordenado por Dário Ferreira (foto) e sua esposa, Ana Cláudia Flemer, os adolescentes participam diretamente do projeto. Além de tocarem na fanfarra que montaram com os instrumentos adquiridos com a venda do óleo que arrecadam, se tornaram agentes multiplicadores sobre a importância de não poluir as águas, levando conscientização ecológica a familiares, vizinhos e amigos.
— Essa é uma ação muito importante para o ambiente. Cada litro de óleo contamina cerca de 25 mil litros de água — alerta Dario.
O ‘Reciclar para Tocar’ adquiriu galões para o armazenamento de óleo e distribuiu eco pontos pela região na Associação de Produtores Rurais de Mambucaba (próximo ao Postão de Saúde), na Quitanda do Seu Biu (Morro da Boa Vista), na Vila Residencial de Mambucaba I (na rua Goiás) e na rua José de Andrade Sampaio, 45B (Mambucaba). O armazenamento pode ser feito numa simples garrafa pet e entregue nestes locais a qualquer hora.
Hoje o grupo já recebe doação de diversos moradores e comerciantes que apoiam a iniciativa e veem o efeito no grupo de jovens. Os donos do Quiosque Todo Torto, da Prainha de Mambucaba, estão entre os apoiadores da ideia.
— Doamos cerca de 25 litros de óleo por mês ao projeto. Acreditamos que é uma ótima iniciativa, pois são criados empregos e ainda se evita que as pessoas joguem óleo no lixo — afirma Silvinha, que é proprietária do quiosque.
O óleo armazenado é recolhido pela empresa Luan Óleo, de Taubaté/SP, que o destina para a produção de biodiesel, eliminando todo e qualquer resíduo da região. Quem quiser contribuir com o projeto e fazer doações pode entrar em contato com os coordenadores nos telefones (24) 99933-6925 ou (24) 99243-5606.
O óleo de cozinha é uma mistura de substâncias (ácidos graxos insaturados) que não se dissolvem na água. Assim, sempre que o óleo entra em contato com água, fica separado dela em virtude da densidade. Quando descartado de forma incorreta, o óleo pode provocar poluição tanto na natureza, quanto nas cidades, atingindo o lençol de água, o solo, alterando o clima e a estrutura de drenagem e esgoto das cidades.
Reportagem: Tatiane Cardoso / Fotos: Reprodução
Publicado antes na edição impressa do Tribuna Mambucaba (nº 13)
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