Valo pago pelos ônibus compõe o orçamento da Fundação de Turismo

Uma iniciativa do prefeito angrense Fernando Jordão (MDB) para reajustar em mais de 400% os valores das taxas de acesso de ônibus de turismo ao município deve ser o primeiro teste de alinhamento da base parlamentar do prefeito na Câmara Municipal este ano. O assunto chegou a ser colocado na pauta da sessão da última quinta-feira, 2, mas acabou retirado por falta de acordo entre os vereadores.

A iniciativa de Fernando Jordão é considerada impopular para o setor de turismo, em especial o de serviços náuticos. O reajuste desagrada empresários e operadores individuais. Em transmissão ao vivo na semana passada, o vereador Dudu do Turismo (PSD) (foto) já avisou que apresentará um pedido de mudança.

— O setor está se recuperando ainda do prejuízo causado pela pandemia do coronavírus. Estamos iniciando uma temporada com muita expectativa e um aumento assim seria muito difícil de enfrentar. Apelo ao bom senso do prefeito nesta questão — defendeu o vereador, oriundo do setor.

Desde 2015, ônibus de turismo que tenham reserva de serviços em Angra pagam taxa de acesso de R$ 200. A correção sugerida pelo prefeito joga o valor para R$ 900,00 e impacta diretamente os visitantes do tipo day user, que geralmente fazem um passeio de barco e retornam ao destino original sem hospedar-se na cidade. Para o município, este tipo de visitante realiza turismo predatório. O setor discorda.

Alguns outros parlamentares também já demonstraram que discordam da proposta de aumento nestes patamares. Defendem um reajuste escalonado, que comece menor agora (na casa dos R$ 500, por exemplo) e possa ser rediscutido em alguns meses, possivelmente em maio, após o fim da temporada. Há cidades, como Paraty por exemplo, que possuem valores de acesso de ônibus diferentes para a alta e a baixa temporadas.

O reajuste da taxa de acesso de ônibus de turismo à cidade começou a ser discutido em janeiro deste ano, logo após a posse do prefeito. A justificativa do aumento é de que este tipo de atividade seria danosa ao ambiente do município. Empresários preveem que, se for aprovado o aumento neste patamar, haja desemprego e extravio de visitantes para Mangaratiba, outra porta de entrada para a Baía da Ilha Grande, onde a atividade ocorre sem controle da prefeitura local e com taxas de acesso bem mais baratas.

— Será um baque para a atividade. Alguns empresários vão desistir. A cidade está matando o setor se fizer isso — testemunhou um dono de embarcação.

Em uma sequência de reuniões com autoridades e o setor, os vereadores juntam argumentos para tentar convencer o Executivo que, até o momento, se mostra irredutível e com pressa de aprovar a mudança.

Fotos: Divulgação / Arquivo

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (nº 323)

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