Pioneiro no Rio de Janeiro, o Roda-Hans chega ao fim nesta sexta-feira, 27, após passar por 19 cidades em nove regiões administrativas e mudar a vida de muitas pessoas por meio do combate à hanseníase. Angra dos Reis foi o último município a receber a programação.
A iniciativa surgiu de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Ministério da Saúde. Ao longo de dois meses, o Roda-Hans atendeu 2.506 pessoas e também diagnosticou 43 novos casos, capacitando ainda 788 profissionais de todas as regiões por onde a carreta com consultórios e laboratório a bordo passou.
Durante esse período, médicos e outros profissionais também encaminharam 31 pacientes com suspeita de hanseníase para unidades de saúde. Dos 43 casos confirmados, seis foram registrados em pessoas com idade inferior a 15 anos.
Ao todo também foram realizados 36 baciloscopias (exames complementares). O objetivo do projeto era a capacitação em serviços na rede de atenção básica da hanseníase, foco no diagnóstico precoce, tratamento e prevenção às incapacidades.
A primeira parada do veículo ocorreu na capital fluminense, em 5 de agosto, no bairro de Irajá, na Zona Norte carioca. A data marcava o Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase.
O Roda-Hans contou ainda com a realização de consultas dermatológicas e equipe que capacitou profissionais de saúde dos municípios visando ao diagnóstico precoce e tratamento. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e dentistas, entre outros profissionais, participaram das oficinas de capacitação oferecidas pela SES e pelo Ministério da Saúde.
O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, destaca que a capacitação é essencial porque possibilita, ao mesmo tempo, a qualificação dos profissionais e a realização de diagnósticos precoces.
– Isso faz com que profissionais de saúde dos municípios realizem as atividades em seus territórios de atuação. Com isso, equipes que atuam em clínicas da família, postos de saúde e outras unidades de atenção primária estarão devidamente capacitadas para identificar sinais e sintomas da hanseníase, evitando sequelas decorrentes do diagnóstico tardio da doença – afirma.
Antes de a carreta ganhar estradas que cortam o estado, estavam em tratamento 1.305 pacientes no Rio de Janeiro. Desse total, 16% apresentam grau de incapacidade física. Ao identificar um caso da doença, é necessário realizar uma investigação epidemiológica da cadeia de transmissão da hanseníase, examinando qualquer pessoa que teve contato íntimo e prolongado com o paciente, como familiares e amigos.
Além do Ministério da Saúde, o projeto contou com a parceria da Fiocruz, UFRJ, Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e da Novartis, além do apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio de Janeiro (Cosems RJ).
Foto: Mauricio Bazilio / SES
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