Após um mês de trocas de farpas e divergências públicas que chegaram a levar a prefeitura a embargar a obra de construção da usina nuclear, a prefeitura de Angra e a direção da Eletronuclear retomaram o diálogo qualificado e acenaram para um armistício que pode levar à liberação de recursos das chamadas contrapartidas pela construção da terceira usina nuclear brasileira.
Na última quarta-feira, o presidente da empresa, Eduardo Grand Court, e o prefeito de Angra, Fernando Jordão (PL), tiveram encontro em busca de entendimento sobre convênios socioambientais e o destrave da obra da usina. A empresa já havia obtido liminar contra o embargo da prefeitura mas optou por não dar publicidade à decisão judicial. Agora, o encontro parece ter sido uma oportunidade de estreitar o relacionamento e reiniciar um trabalho conjunto.
— Nos unimos para caminharmos juntos a fim de dar seguimento nos trabalhos e atividades que beneficiam os cidadãos. As necessidades de Angra dos Reis e das cidades do entorno da Central Nuclear continuarão sendo a nossa prioridade, garantindo o atendimento das condicionantes socioambientais já estabelecidas — ressalta Grand Court.
O encontro contou com a presença de secretários municipais e de dirigentes da empresa, que presenciaram a entrega de projetos no valor de R$ 141 milhões, quase todos incluídos nas condicionantes socioambientais devidas pela Eletronuclear ao município.
Na semana que vem equipes das partes terão novo encontro para definir o trâmite e a possível aprovação dos projetos junto à Eletronuclear, homologando um novo acordo. A prefeitura diz esperar que a partir daí, haja prazos para as análises internas dos projetos por parte da Eletronuclear, um cronograma da execução em si, e que todos os encaminhamentos sejam claros desde o início sobre as etapas de liberação de recursos e como cada uma delas poderá ser otimizada.
— Já determinamos uma reunião de trabalho na semana que vem para ver se já produzimos o fechamento de um acordo que a gente possa assinar e dar prosseguimento aos trabalhos de Angra 3 e ao atendimento das condicionantes que tanto vêm sendo pleiteadas pelo prefeito — explicou Eduardo Grand Court, de acordo com a assessoria da prefeitura.
Para o prefeito de Angra dos Reis pode ser o reinício de uma parceria que desde a década de 90 tem produzido resultados significativos de investimentos na cidade. Parceria que inclusive levou o próprio prefeito a quase sempre defender a conclusão de Angra 3 e a matriz energética nuclear nacional.
— Estamos fazendo um entendimento entre o município e a Eletronuclear. Angra 3 é muito importante para o Brasil quanto ao fornecimento de energia, e quanto ao município, também é importante na questão da geração de empregos. Sempre defendi a matriz energética nuclear, e acredito que hoje caminhamos para um bom entendimento — reforçou o prefeito Fernando Jordão.
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