A coluna Drops Político registra bastidores da política na Costa Verde

E não tem pandemia que impeça a ela de chegar: a eleição municipal. Apesar do adiamento em seis semanas, a disputa nos municípios ocorrerá sem chance de prorrogação dos mandatos dos prefeitos. Em novembro os brasileiros elegerão seus novos representantes.

Pode se dizer que a pandemia trouxe efeitos diversos ao cenário eleitoral, a julgar pela forma como os prefeitos lidaram com a questão. Onde houve acertos e avanço controlado da doença, os dirigentes se beneficiaram; onde houve mortes e descontrole dos recursos públicos investidos, os prefeitos serão penalizados pelos eleitores.

Na Costa Verde o cenário antes consolidado a favor dos candidatos à reeleição tem agora novas nuances e desafios. O uso político da pandemia, a favor e contra os governos, pode ter impacto sobre o resultado das disputas. Também diminuiu a influência dos chamados ‘grandes eleitores’, entre eles o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e o próprio presidente Jair Bolsonaro (s/partido).

Witzel virou uma espécie de mau agouro. Prestes a ser cassado pela Assembleia Legislativa do Estado, se transformou num péssimo cabo eleitoral. Bolsonaro, por sua vez, perdeu pontos importantes de apoio junto ao eleitorado pela gestão caótica da crise no país e o número absurdo de mortes registradas no Brasil até agora. O mesmo Bolsonaro eleito há dois anos com quase 80% dos votos na região, periga ter agora cerca de 50% de capacidade de mover apoio somente.

Em Angra dos Reis, a eleição é decidida em ‘dois turnos’. O primeiro está acontecendo agora e refere-se à montagem dos partidos e alianças para a composição das chapas majoritária e proporcional.

A vantagem continua sendo do atual prefeito Fernando Jordão (MDB) que, pela capacidade de mobilizar recursos estando na prefeitura, arregimenta mais apoios. Mas não é uma liderança folgada como a de 2016. Nos calcanhares dele aparecem o vereador José Augusto (Progressistas) e o médico Christiano Alvernaz (Republicanos). O que se cogita nos bastidores é que uma união destes dois poderia catapultar o escolhido à segunda posição folgada e a baforar já no cangote do grupo de Fernando Jordão. Há manobras, por certo, para evitar este alinhamento dos dois.

No segundo pelotão estão os partidos mais à esquerda, entre eles o PDT, que ensaia ressurgir no cenário político de Angra com o vereador Claudinho à frente de uma composição progressista sem o PT. A conferir.

(*) Klauber Valente é jornalista e editor do Tribuna Livre. É pós-graduado em Administração Pública pela FGV/RJ e foi presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis de 2015 a 2016.

Fotos: Arquivo / 2014

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