Enquanto a população ainda tenta se acostumar com a movimentação de candidatos e a proximidade do dia da eleição extemporânea para prefeito e vice-prefeito da cidade, uma batalha surda de ações e decisões judiciais movimenta os bastidores da disputa eleitoral em Paraty. O tempo curto para a campanha está levando candidatos ao fórum da Justiça Eleitoral local (foto acima) para tentar impedir que os adversários peçam votos e assim, quem sabe, diminuir o número de candidatos. Seis deles estão neste momento aptos a disputar a eleição marcada para o dia 4 de agosto.
— Os políticos tradicionais têm medo da renovação. Por isso tentam impedir a nossa candidatura a todo custo. Nós somos ‘Ficha Limpa’ e não devemos nada à Justiça. Nosso trabalho e conversa está sendo direto com a população — explicou Lucas Aquino ao Tribuna Livre.
O ex-vice-prefeito Luciano Vidal, que disputa a eleição pelo MDB, também enfrenta os questionamentos oriundos de Zezé à Justiça Eleitoral. Aliás, desde antes do início da campanha havia uma tentativa de retirar Vidal da disputa. Os dois candidatos polarizam a corrida eleitoral. O PTB tentou impedir que Vidal disputasse a eleição, porém não conseguiu. Vidal está mantido na disputa e teve a candidatura confirmada pela Justiça Eleitoral local. Do mesmo modo, o candidato do MDB pediu a impugnação da candidatura de Zezé e também não obteve êxito na primeira instância. Em breve mensagem ao Tribuna Livre, o ex-prefeito Zezé confirmou que sua candidatura está apta a concorrer.
Manobra — Em alguns casos, a tentativa de impugnação foi anterior ao início da campanha. O vereador Santos Coquinho, candidato a prefeito pelo PHS, disse ter sido vítima de ‘uma manobra’ para tentarem lhe negar a legenda para a disputa. Em vídeo postado na Internet ele se queixou da estratégia dos adversários, sem citar nomes. Ele reafirmou ainda ao Tribuna Livre, a manutenção da candidatura.
— Isso é uma covardia que tentaram fazer comigo. A oposição está usando de má fé, tentando me derrubar de tudo que é jeito, mas não conseguiram. Sou candidato sim e vou até o final — disse ele.
— A política no Brasil já está muito judicializada e isso confunde muito a população. É uma tentativa de subtrair o debate e de tentar impor uma polarização que hoje já não existe — acredita Ronaldo.
O candidato do PT disse ao Tribuna Livre que após a Festa Literária (Flip), que terminou no último domingo, 14, começa a perceber um interesse maior da população no processo eleitoral e que a receptividade das pessoas à campanha está crescendo e que interromper este momento com ações judiciais não seria bom.
Decisão — Aliás, foi exatamente a disputa após a eleição de 2016 que levou ao afastamento do ex-prefeito Casé (2013/19). Derrotado naquela disputa por apenas cinco votos, o ex-prefeito Zezé foi à Justiça contra o candidato vencedor, processo iniciado ainda em 2016 e que só foi concluído agora em 2019. Além da disputa no tapetão, a campanha também já protagoniza ataques entre os candidatos, com a tentativa de deslegitimar a candidatura dos adversários. A propaganda suja tem recebido reação contrária por parte da população.
Nota da redação: O Tribuna Livre fez contato com o ex-prefeito Zezé a fim de obter comentário da coligação ‘Experiência e Renovação’ sobre os processos judiciais movidos contra adversários. Tão logo se manifestem a respeito, seu posicionamento será inserido nesta reportagem (Atualizado às 9h45 de 19/7).
Fotos: Reprodução
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