A prefeitura de Angra dos Reis deu início na segunda-feira, 8, à elaboração do primeiro Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que será feito em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a supervisão do Ministério das Cidades. Ao final dos trabalhos, a cidade terá um plano estratégico de monitoramento, redução ou controle de situações de riscos e deslizamentos em áreas já mapeadas do município. Estimativas datadas de 2014, portanto antes de tragédias como as de 2022 e 2023, estimam em mais de 96 mil pessoas vivendo em áreas de risco em Angra, sejam suscetíveis a deslizamentos ou alagamentos.
Durante o evento de abertura dos trabalhos, um representante do Ministério das Cidades explicou a importância do documento, que deve ficar pronto em setembro do ano que vem. Outras 19 cidades no país farão simultaneamente os seus Planos de Redução de Risco.
— No momento inicial estamos reunindo dados existentes sobre as questões de riscos, vulnerabilidades e perigos das encostas. Na sequência faremos algumas análises para definir as áreas prioritárias e aquelas que receberão vistorias de campo e análises de riscos com a participação das comunidades — explicou o coordenador do PMRR de Angra, o professor Anderson Sato, da UFF/Angra.
O Plano Municipal de Redução de Riscos é coordenado pelo Departamento de Mitigação e Prevenção da secretaria nacional de Periferias do Ministério das Cidades. Além de Angra, no estado do Rio, Niterói participará também desta etapa de elaboração de planos de gerenciamento de riscos.
O secretário de Proteção e Defesa Civil de Angra, Fábio Jr., destacou que a parceria entre o município e o governo federal, por meio do Ministério das Cidades, será um marco para a cidade. Ressaltou a importância de antecipar problemas por meio do planejamento, em contrapartida à atuação voltada apenas para a resposta a eventos, e enfatizou que o Plano Municipal de Riscos é um projeto amplo, com enorme impacto para o dia a dia das comunidades impactadas por situações de risco.
— No território de Angra há milhares de pessoas residindo em áreas de risco de deslizamentos. Ao identificar, caracterizar, propor medidas de mitigação de riscos e estimar seus custos, torna-se possível desenhar um planejamento voltado para a redução ou controle das situações de riscos nas áreas mapeadas. O plano possibilitará aos gestores públicos priorizar as ações em locais com maiores riscos, otimizando a aplicação de recursos próprios e facilitando a captação de recursos de outras fontes – explica o professor Anderson Sato.
APOIE O JORNALISMO DO TRIBUNA LIVRE
O Tribuna Livre tem presença regular na Internet. Nossa missão é levar informação relevante aos nossos leitores. Assine a nossa edição impressa neste link e fortaleça o nosso trabalho.