Com a queda nas temperaturas e a proximidade do inverno, doenças como a asma (a inflamação crônica das vias respiratórias) costuma ser uma das incidências mais temidas. Embora seja mais comum na infância, dados do Ministério da Saúde atestam que cerca de três pessoas, com idades entre cinco e 65 anos, morrem diariamente por complicações da doença, quando manifestadas de forma mais aguda. Também conhecida como ‘bronquite asmática’ ou ‘bronquite alérgica’, a asma tem como principais sintomas a dificuldade respiratória (falta de ar), tosse seca e frequente, além de um chiado no peito.
A asma é uma doença que tem forte base genética em sua origem. Com as temperaturas mais baixas, o que facilita a transmissão de doenças respiratórias virais, as crises agudas e mais perigosas da doença são desencadeadas com frequência ainda maior, em especial nas pessoas sem tratamento adequado. As famosas gripes e os resfriados, aparentemente inofensivos, são os principais gatilhos dessas crises.
— As estações mais frias são associadas a um aumento significativo nas crises de asma. No entanto, se os pacientes asmáticos fizerem acompanhamento médico e tratamento de forma regular, as crises podem ser evitadas ou, pelo menos, bastante suavizadas, mesmo com a pessoa desenvolvendo alguma virose respiratória, o que é muito comum nesse período — alerta o pneumologista Gilmar Zonzin (foto), que é presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (Sopterj)
Segundo o médico, embora não haja cura definitiva para a asma, é possível manter a doença controlada, impedindo que ela se manifeste de forma intensa, o que pode inclusive levar à morte.
— Com tratamentos e medicamentos adequados, é totalmente possível melhorar a qualidade de vida do paciente asmático, evitando os desconfortos da doença e a sua evolução para quadros clínicos agudos que podem ser muito graves — afirma.
Para o pneumologista, o paciente quando bem conduzido com o tratamento, passa a ter uma vida totalmente normal e livre dos sintomas, na grande maioria dos casos.
— Recentemente, por conta de alguns avanços, mesmo aqueles pacientes que sofrem de algumas formas mais difíceis de serem tratadas da asma, podem ter sua saúde melhorada de forma muito significativa — explica o dr. Gilmar.
Além das infecções virais, fatores ambientais também costumam levar às crises de asma, como exposição à poeira, ácaro e fungos, fumaça de cigarro (inclusive para fumantes passivos), poluição, locais com infestação de baratas, animais com pelo (em especial gatos), entre outros.
Asma no Brasil — Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 300 milhões de asmáticos no mundo. No Brasil, estima-se que existam cerca de 20 milhões de portadores da doença. A asma é considerada a 4ª maior causa de hospitalização, responsável por cerca de 300 mil internações por ano, de acordo com informações do DataSus, do governo federal.
Para discutir métodos de diagnóstico, prevenção e tratamentos mais eficazes contra a asma, o pneumologista Gilmar Zonzin promoveu no final de maio a ‘II Jornada Respirar de Pneumologia’. O evento foi no auditório do hospital da Unimed Volta Redonda, reunindo médicos e acadêmicos de várias regiões do Estado do Rio para estimular discussões entre profissionais e estudantes da área de saúde a fim de melhorar a orientação e os cuidados aos pacientes com asma e outras doenças respiratórias. A iniciativa visa ainda minimizar o impacto dessas patologias na vida das pessoas, em especial os sintomas agudos das crises, o que pode ser alcançado com tratamentos regulares essencialmente preventivos.
Foto: Divulgação
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