A secretária de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, Ana Lúcia Santoro, resumiu com apenas uma palavra, o feito da prefeitura de Angra dos Reis ao aportar R$ 8,2 milhões nas obras de saneamento e posterior despoluição da praia de Monsuaba: ‘coragem’. Para ela, investir em saneamento é o legado mais relevante que um gestor pode deixar para a população que administra. Ela também criticou a ausência majoritária de investimentos nesta área no país.

— O passivo que encontramos no país mostra como esta questão vem sendo negligenciada. Identificar isto como pauta prioritária e batalhar por isto, é um mérito do prefeito neste convênio — disse Ana Lúcia Santoro.

De fato, foi a ação política do prefeito angrense Fernando Jordão (MDB) que permitiu com que o Governo do Estado, por meio do Instituto do Ambiente (Inea/RJ), tornasse possível esta parceria. Os R$ 8,2 milhões a serem investidos na Monsuaba (foto) virão de parte de uma multa aplicada pelo Instituto do Ambiente à Transpetro em 2015. Antes da ação de Fernando, todos os R$ 36 milhões da penalidade iriam para ações ambientais na baía de Sepetiba somente, sem beneficiar diretamente a população angrense. Não menos justas, estas ações seriam inadequadas uma vez que o terminal da Transpetro gera riscos e passivos ambientais exatamente em Angra dos Reis.

Prazo — Para a assinatura do convênio, o auditório do Centro de Estudos Ambientais, na Praia da Chácara, ficou lotado de moradores do bairro e muitas autoridades. O presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Angra, Paulo César de Souza, o ‘PC’, deu detalhes da obra, cuja duração (17 meses) deve extrapolar o período de mandato do prefeito.

Segundo Paulo César há na Monsuaba 2.875 ligações ativas de esgotos. Todas elas serão conectadas à estação de tratamento construída ainda na década de 90 e hoje inoperante. Três novas elevatórias serão construídas e a nova rede levará o esgoto para tratamento, antes do despejo no mar. O sistema é semelhante ao que já funciona na praia do Bonfim. A principal praia da Ponta Leste, porém, está poluída há mais de 10 anos e a canalização do esgoto poderá, em mais alguns anos, permitir sua despoluição.

— Esse novo modelo de Estação de Tratamento será construído para atender a 8,5 mil habitantes. Se houver aumento excessivo da população, não tem problema, pois novos módulos poderão ser adicionados de maneira que a gente tenha tratamento efetivo — explicou Paulo César, que prometeu coordenar pessoalmente a contratação da obra visando ‘adiantar’ o calendário de entrega.

O convênio prevê que o Governo do Estado repassará o dinheiro diretamente à prefeitura, que é quem fará a licitação para contratação do investimento. Além da obra de saneamento, a prefeitura também investirá cerca de R$ 700 mil na urbanização e construção de quiosques na praia, obra paralela à construção da rede de saneamento.

— Eu convenci as autoridades de que o terminal da Transpetro fica perto da Monsuaba e a obra de esgoto lá beneficiaria o meio ambiente e os moradores de Angra dos Reis. É um dia muito feliz — destacou Fernando Jordão, bastante orgulhoso.

Reportagem: Klauber Valente (da Redação) /  Fotos: Divulgação

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (Edição 252).

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