Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) monitoram morcegos na Ilha Grande, em Angra, há vários anos, utilizando redes de neblina e gravações de sons. O trabalho já resultou na descoberta de uma nova espécie no estado e ajudou a região a ser reconhecida como Área de Importância para a Conservação dos Morcegos (Aicom) pela Rede Latino-americana e do Caribe para Conservação dos Morcegos (Relcom).
A certificação, concedida a áreas que protegem morcegos – ameaçados ou não –, é dada a locais que abrigam espécies em risco, possuem refúgios essenciais ou apresentam alta diversidade. Ilha Grande se abriga 37 espécies de morcegos, o equivalente a 46,8% das registradas no Rio de Janeiro e quase 20% das espécies conhecidas em todo o Brasil.
Segundo a pesquisadora Luciana Costa, do Laboratório de Ecologia de Mamíferos da Uerj, o reconhecimento é crucial para mudar a percepção negativa que muita gente ainda têm sobre os morcegos.
— As pessoas têm medo, mas não conhecem sua importância para o meio ambiente. Esses animais desempenham funções vitais, como polinização, dispersão de sementes e controle de insetos — explica a pesquisadora.
Apesar dos estudos e pesquisas, há riscos de extinção desses animais. Na Ilha Grande, a preservação deles está ligada à manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica, onde muitas espécies dependem de seus serviços ecológicos. O reconhecimento internacional portanto, reforça a necessidade de proteger a região, que se consolida como um cenário para pesquisas e conservação. A expectativa é que o título também incentive o turismo ecológico e a educação ambiental sobre o papel dos morcegos no ecossistema.
(*) Com informações da Agência Brasil.
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