(*) Por Klauber Valente, editor do Tribuna Livre
Depois de uma passagem ruidosa pelo Partido Liberal (PL) entre os anos 2021/24, o ex-prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (2017-24), retornou ao partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), por onde aliás foi eleito deputado federal, eleito e reeleito prefeito entre os anos 2014 e 2020. A volta de Jordão ao seio emedebista foi sacramentada em encontro que reuniu também o ex-presidente Michel Temer (2016-18) e o atual secretário de Estado de Transportes do Rio, Washington Reis, líder da legenda no território fluminense. O presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, e o prefeito angrense Cláudio Ferreti (MDB), também acompanharam o ato político.
Desde que deixou a prefeitura de Angra, em dezembro do ano passado, Fernando Jordão não fez comunicações oficiais sobre seus planos para 2026. É sabido que ele articula ser novamente candidato a deputado federal. A filiação ao MDB e o aval de Washington Reis para seu retorno à legenda pavimentam este caminho de forma sólida. O movimento também afasta de vez o ex-prefeito angrense do espectro do ex-presidente Jair Bolsonaro (2018-22) e da extrema-direita.
Fernando e Bolsonaro foram aliados desde a eleição de 2018 e durante a gestão do ex-presidente, mesmo com a cidade sendo preterida em investimentos ou tratada de forma fria pelo comando central do governo federal. Não há um único investimento relevante de Bolsonaro em Angra durante seu período de gestão. A aliança política foi quebrada em definitivo em 2024 pelos Bolsonaros, quando o ex-presidente escolheu um adversário de Fernando para apoiar na disputa pela prefeitura angrense. O empresário Renato Araújo (PL), aliás, já informou publicamente que vai disputar a eleição para a Câmara Federal, concorrendo contra Fernando no plano local e recebendo novamente o apoio da família Bolsonaro.
Eduardo Paes — Enquanto é acolhido pelo MDB e planeja ser candidato a deputado federal, Fernando Jordão assiste, porém, a um outro plano sendo costurado pela cúpula emedebista, com um aceno ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), numa eventual composição na chapa majoritária ao governo do Estado em 2026.
Havendo apoio do MDB a Paes (o que não está descartado ainda), Fernando é um dos nomes oferecidos para compor a chapa como vice-governador. Político hábil, vitorioso e com bom retrospecto de gestão, o ex-prefeito de Angra atende a quesitos caros a Paes, sem no entanto, ajudar o prefeito carioca a melhorar sua performance em regiões povoadas como a Baixada e o Norte Fluminense.
Se Washington Reis for o ‘padrinho’ de Fernando na vaga de vice, no entanto, os Reis resolvem a Baixada. O xadrez político está em andamento.
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