O novo colégio indígena na tribo guarani | Foto: Wesley Barbosa/Seeduc

O governo do Estado do Rio entregou esta semana à comunidade indígena da aldeia Sapukai, em Angra, a obra de reforma completa do Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda. Agora, a unidade no Bracuí, em Angra, passa a oferecer uma educação ainda melhor para os povos originários e terá, em 2025, o Ensino Médio Regular, um pedido antiga da comunidade. No ato da entrega, com a presença da secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, houve danças, pinturas, artesanatos e muita tradição do povo indígena da etnia Guarani Mbyá.

Contando com professores indígenas e não indígenas, chamados pelos guaranis como ‘juruás’, a unidade já atende a cerca de 140 alunos do Ensino Fundamental e do Magistério Indígena, em aulas que acontecem em português e em guarani mbyá, língua local. A reforma da estrutura inclui um campo para atividades esportivas, salas de aula, refeitório e novos pavilhões.

— Quando cheguei à secretaria, em março de 2023, fiz uma reunião e prometi melhorias. Eu fui questionada se de fato faria tudo isso porque eles já vinham sofrendo há muito tempo. Desde aquele dia, trabalhamos para isso acontecer. Entregamos hoje uma escola totalmente reformada, ampliada e revitalizada. Agora, com a chegada do Ensino Médio Regular, vamos garantir mais educação junto à cultura deste povo, na mesma localidade onde eles residem. Além disso, determinei que os alunos da primeira turma de professores formados pelo Magistério Indígena sejam priorizados na contratação para dar aulas nesta escola. Esta é a forma mais fiel de manter a cultura e a tradição indígena — declarou a secretária Roberta.

O liderança indígena Lucas Benite, representando o cacique Algemiro, lembrou as dificuldades para levar um pouco de educação para Sapukai. Falando primeiro em língua guarani, Lucas repetiu em seguida sua fala em português para os demais, lembrando a construção da primeira escola, há 37 anos, e a ação do Estado na reforma atual.

— Nós fizemos tudo sem ter um engenheiro ou profissional, carregamos tijolos, areia e cimento pra cá, tudo pensando em fazer uma escola, mas na época, nem eu entendia o valor e o que era a educação diferenciada, hoje eu vejo o resultado daquele tempo. Aqui, a gente conversa em nossa língua, mas queremos que os nossos filhos e os nossos netos estudem e alcancem seus objetivos também. Nossas crianças e adolescentes têm os mesmos direitos que as da cidade. Eles precisam sonhar e precisam realizar. Por isso, estamos muito felizes com a escola. Aqui é povo Guarani! — afirmou.

Além da reforma e das novidades pedagógicas, a unidade recebeu equipamentos para prática esportiva, incluindo tatames e kimonos para a prática de jiu-jitsu, um incentivo ao projeto que acontece na escola em parceria com o 33º Batalhão de Polícia Militar (BPM).

(*) Com informações da secretaria de Estado de Educação.

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