Risco de epidemia de dengue coloca cidades em estado de alerta

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Angra dos Reis e Volta Redonda estão entre as cidades brasileiras com níveis ainda não satisfatórios de infestação pelo mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Na região Sul Fluminense, a pior situação é a de Piraí. Paraty e Mangaratiba são os municípios melhor avaliados no Sul do Estado, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na semana passada. O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 revela que a incidência de casos de dengue no país entre janeiro e março subiu 339,9% em relação a 2018. E que mesmo estando em estado apenas de ‘alerta’, as cidades da lista devem se esforçar para melhorar as ações de prevenção contra a doença e prevenir eventuais surtos.

— O resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue em todo o país que subiu 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados indicam que é preciso fortalecer ainda mais as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federal — afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber.

Pelo menos 994 municípios brasileiros apresentam alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. Na região, apenas Piraí está nesta lista. O número representa 20% das 5.214 cidades que realizaram algum tipo de estudo de risco do aumento de doenças causadas pelo vetor. Além da situação de risco, o estudo identificou 2.160 municípios em situação de alerta (casos de Angra e Volta Redonda) e 1.804 com índices considerados satisfatórios (Paraty e Mangaratiba, inclusive).

O Ministério reforça a necessidade de fortalecer as ações de combate ao mosquito mas afirma que, mesmo com o aumento de casos de dengue, a taxa de incidência está dentro do esperado para o período e o país não está em situação de epidemia. O Ministério da Saúde admite, entretanto, que podem haver epidemias localizadas de dengue em alguns municípios.

Mangaratiba — Apesar do status de satisfatório, a prefeitura de Mangaratiba criou, também na semana passada, um Comitê Intersetorial de Mobilização e Controle das Arboviroses, grupo destinado a mobilizar equipes de trabalho e a população para combater ao mosquito transmissor da dengue, da zika e do chikungunya. Várias secretarias municipais estão envolvidas nas ações de prevenção.

Volta Redonda — Na Cidade do Aço, a prevenção à dengue foi tema de uma audiência pública na Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Edson Quinto (PR). Entre os presentes, além das autoridades de saúde da cidade, foram convidados também representantes dos hospitais como o São João Batista (HSJB), o Hospital das Clínicas (antigo VITA), o Hospital do Retiro, o HIMJA e o Hospital da Unimed. Quinto disse que a iniciativa de propor o debate partiu de informações recebidas de moradores sobre o avanço da doença na cidade. Representando a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), o médico Rivaldo Venâncio Cunha, disse que a preocupação com a dengue não deve ser exclusiva do poder público, mas um hábito cotidiano dos brasileiros em toda as cidades do país.

Casos — Até 13 de abril, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681 casos no ano passado. A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 216,6 casos para cada 100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença teve aumento, de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes. Foram registrados ainda 3.085 casos de zika, com incidência de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes. Em 2018, no mesmo período, foram identificados 3.001 casos prováveis da doença. Ainda não houve óbitos por zika em 2019.

Veja a situação de todas as cidades do país neste link.

Foto: Luiz Eduardo Araújo / PMAR (2016) – Divulgação/CMVR

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (Edição 249).

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