Na última entrevista do ano, concedida ao colunista Andrei Lara, do Tribuna Livre, uma conversa com o secretário de Governo de Angra,  Marcus Veníssius Barbosa (foto). Ele recebeu Andrei na terça-feira, 26, e foi bastante atencioso. Veníssius tem todas as respostas na ponta da língua e conhece o funcionamento da prefeitura como poucos. Como anda quase literalmente ‘colado’ no prefeito Fernando Jordão (PMDB), os dois se entendem fácil, fácil. Veníssius é um dos responsáveis pela verdadeira mudança no dia a dia da prefeitura em um ano. A seguir, a entrevista:

O que melhorou em 2017 no município?
Venissius — Essa pergunta é de fácil resposta para qualquer cidadão angrense. É visível. A estima das pessoas de Angra mudou. Veja você que a cidade, que sempre foi muito festiva, passou a ter eventos, decoração de Natal. Isso é apenas o reflexo das nossas ações. Porque as ações estão sendo fortes. Tínhamos um clima de falência no município. Os funcionários da prefeitura tinham receio de como seria o outro dia. Na saúde, faltava remédio. O Hospital da Japuíba tinha no máximo 300 atendimentos. O CEA (Centro de Estudos Ambientais) estava depredado. Eu posso falar que de tudo que enfrentamos, o pior era a desordem administrativa. E a gente chega ao final de 2017 longe dos nossos objetivos. Mas temos uma prefeitura funcionando diariamente, salários rigorosamente em dia, pagamos dezembro, por exemplo, no dia 22, antes do Natal. O comércio respirou aliviado. A UPA Infantil, que parece um hospital particular, termina o ano com 38 mil atendimentos e sem críticas. Ou você escuta críticas ao atendimento da UPA Infantil? Conseguimos equilibrar nosso estoque de remédios e insumos. O HGJ completa 2700 internações e 1700 cirurgias, e mais de 81 mil atendimentos, com contratação de mais de 20 especialistas para cirurgias ambulatoriais. Isso sem falar que tínhamos previsão de chegar em abril e não ter dinheiro para pagar o servidor, mas conseguimos enfrentar as dificuldades e tem dado certo. Dos quase R$ 500 milhões de dívidas do governo anterior, já pagamos R$ 110 milhões.

Entrou dinheiro novo este ano?
Venissius — Perdemos R$ 45 milhões com a queda de receita de ISS, ICMS, Fundeb. A única receita superavitária foram os royalties

Todas as ações de melhorias custam dinheiro aos cofres públicos?
Venissius — Não, claro que não. Tem ação que só depende de gestão e boa vontade. Te darei um exemplo: veja a entrada do Bonfim, onde entulho e terra obstruíam a passagem de veículos e era um tormento na localidade. Foram seis anos daquele jeito. Quando assumimos, reunimos o Serviço Público do município e liberamos totalmente a passagem. Praticamente sem custo nenhum aos cofres públicos…

Onde ainda não foi acertado?
Venissius — Nosso maior desafio é a saúde. Mas nós vamos melhorar, o angrense pode ter certeza disso…

Melhorar como?
Venissius — Vou te dar uma notícia boa, Andrei: vamos inaugurar no Hospital da Japuíba um super centro de quimioterapia e radioterapia. Queremos que o angrense que é portador de câncer tenha o sofrimento amenizado.

A respeito da zeladoria do município? Algumas pessoas andam reclamando que as ruas estão sujas e que esta não seria a marca do governo passado do prefeito Fernando Jordão…
Venissius — Se nós compararmos com 2007 é grande a diferença. Fernando deixou a cidade, de fato, um brinco. Mas se compararmos com 2016 a diferença está enorme. A empresa que faz a limpeza da cidade nós tentamos tirar nos primeiros dias, mas não foi possível por questões judicais. A equipe de Parques e Jardins tem se esforçado também para deixar a cidade mais bonita, cuidando de canteiros e praças. Mas ainda não é suficiente, já que a equipe está muito reduzida devido ao orçamento. Mas vai melhorar, Angra está voltando a ficar mais bonita e ficará ainda mais.

A relação com a Câmara não é das melhores, né?
Venissius — A relação com a Câmara é saudável, os 14 vereadores são do grupo do Fernando. Mas de fato são poderes independentes e respeitamos a independência deles. Mas sempre que os chamamos para uma discussão por melhorias, os vereadores não se furtam.

O Passageiro Cidadão retorna?
Venissius — Naquela modalidade não….

Expectativa para 2018?
Venissius — Ainda existe um passivo grande do governo passado. Mas temos previstos investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Por nós, por exemplo, a duplicação da avenida Ayrton Senna, na Praia do Anil, já tinha iniciado há seis meses. Mas o Tribunal de Contas do Estado (TCE) pediu que aguardássemos mais um pouco…

Funcionários públicos terão o aumento que eles julgam necessário? Ou será o que a prefeitura julga necessário?
Venissius — O governo é do servidor. Cortamos 800 cargos comissionados. Pagamos em dia nossos servidores. Somos um governo para o servidor. Mas não temos como dar aumento sem condições financeiras e depois, como na gestão anterior, deixar de pagar o servidor em dia. Mas estamos estudando a possibilidade da reposição dos salários de acordo com a inflação…

O prefeito está distante das comunidades?
Venissius — Não concordo. O prefeito está atento a tudo. As idas do prefeito a Brasília ou a outros lugares foram o que possibilitou todos esses investimentos nesse ano. Mas sempre que possível, ele está, sim, nas comunidades. Fernando ama andar pela cidade.

Você é ou não é candidato a deputado federal?
Venissius — O meu compromisso é com a recuperação da cidade e com o prefeito. Independentemente ao nome, Angra precisa manter uma cadeira no Congresso Nacional, como fazia o então deputado e hoje prefeito Fernando Jordão. Eu empresto meu nome se houver a necessidade. É um processo que ocorre naturalmente. Até o mês de abril (prazo-limite da legislação eleitoral) eu defino isso.

Uma observação de colunista social: você está mais magro…
Venissius — [risos] Me cuido muito. Hoje em dia corro 10 quilômetros três vezes por semana…

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Publicado antes na edição 202 do jornal Tribuna Livre.

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