O presidente Lula fez ontem, 7, no estaleiro Brasfels, em Jacuecanga, sua última visita a Angra dos Reis como chefe do Poder Executivo federal. Esta foi a sexta visita do presidente ao estaleiro, a quinta desde que assumiu o Governo, em 2003.
Bem humorado e muito descontraído, Lula abandonou o discurso preparado por assessores e, com um microfone móvel, falou por quase quarenta minutos. Ele fez um balanço de sua gestão, comentou as mudanças feitas no país, atacou governantes anteriores e prometeu manter o empenho em defesa do emprego no setor naval angrense.
— Vocês aqui de Angra, não tenham medo. Quando eu não estiver presidente da República e for apenas um cidadão brasileiro, ai dos companheiros da Petrobras se não trouxerem plataformas para cá — afirmou Lula.
O evento foi prestigiado. Além de Lula compareceram os governadores do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB); os senadores Marcelo Crivella (PRB) e Francisco Dornelles (PP), mais diretores da Petrobras, deputados, empresários e sindicalistas. A cerimônia de batismo da plataforma P-57, cujo padrinho foi o ex-militante comunista Apolônio de Carvalho, já falecido, teve um pequeno atraso devido ao próprio Lula que, antes do evento, passou por um verdadeiro ‘beija-mão’ com os metalúrgicos, trocando abraços, posando para fotos e recebendo até presentes. Depois fez uma inspeção ao navio plataforma, que terá capacidade para extrair 180 mil barris de petróleo por dia. A obra teve mais de 60% de conteúdo nacional e Lula recomendou ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que aumente os índices mínimos de nacionalização para obras da estatal.
— Gabrielli, pode colocar 100% que os trabalhadores vão corresponder — disse Lula, pedindo em seguida que um tradutor informasse aos representantes da empresa Keppel Fels, de Cingapura, que o Brasil quer gerar empregos no país.
Lula também agradeceu aos eleitores pela reeleição do governador Sérgio Cabral e parabenizou Hartung pela eleição do senador Casagrande (PSB), com mais de 80% dos votos válidos. Lembrando que já esteve em Angra na década de 90 quando o deputado federal Luiz Sérgio (PT) era prefeito, Lula disse que espera voltar, após deixar a Presidência, para uma pescaria. Disse, porém, que tem uma pequena tentação.
— No dia 31 (de dezembro), quando der meia-noite, eu ainda não vou entregar a faixa. Eu estou pensando em colar a ‘bichinha’ na barriga, colar com uma cola daquelas que não largam e sair correndo — disse Lula, arrancando gargalhadas da plateia e dos convidados.
A cobertura completa da visita de Lula a Angra, a décima segunda desde que tornou-se figura pública, na década de 80, estará na próxima edição impressa do Tribuna Livre, na semana que vem.
Siga o Tribuna Livre no twitter. www.twitter.com/tribunalivre