A usina nuclear Angra 2 administrada pela Eletronuclear | Foto: Reprodução

A Eletronuclear, empresa estatal que administra o complexo nuclear de Angra, onde estão as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 e o sítio da futura Angra 3, publicou notas em seu site nesta sexta-feira, 21, rebatendo informações sobre um suposto vazamento de conteúdo radioativo na usina Angra 2. O portal R7, da rede Record, publicou nota afirmando estarem ocorrendo ‘vazamentos’ na usina, com riscos à população e ao meio ambiente. Mas, de acordo com a Eletronuclear, a informação é falsa.

— ​A Eletronuclear vem a público esclarecer e refutar as informações divulgadas pelo (site) R7 acerca do suposto ‘vazamento’ no reator da usina nuclear Angra 2. A empresa desde já esclarece que a usina funciona em plena segurança, dentro das especificações de projeto, e em condições normais de operação. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mantém inspetores residentes dentro da usina, 24 horas, garantindo a segurança da operação e está ciente desta condição prevista nos manuais de operação e especificações do fabricante da usina, a Framatome — diz nota da empresa.

O que a Eletronuclear chama de ‘condição’ faz referência ao sistema de vedação da tampa do reator, que possui dois aneis (selos) responsáveis pela estanqueidade. Entre estes, existe um canal de coleta (com sensores ligados à sala de controle) que conduz a um tanque de coleta. Os selos atuam de forma redundante, ou seja, apenas um é necessário para garantir a perfeita vedação. Recentemente, foi identificada uma pequena passagem de água pelo primeiro selo, inferior a 1 litro por dia. Esta água é coletada pelo próprio sistema do reator para um tanque de coleta, constante do projeto original da usina. O segundo selo permanece 100% íntegro, operante, e garantindo a vedação completa do sistema.

Na extensa nota que explica o episódio e nega risco de contaminação externa, a Eletronuclear também afirma que Angra 2 opera com 100% de sua capacidade, na ‘condição verde’, seu nível máximo de segurança.

— Em qualquer cenário de necessidade, o chefe da usina (ou em sua ausência, o responsável pela sala de controle) tem autonomia para proceder com o desligamento. Além disso, os inspetores residentes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) na usina também podem solicitar o pronto desligamento a qualquer momento que julgarem necessário — diz a empresa. 

A CNEN também divulgou nota sobre o conteúdo veiculado pelo site R7 atestando a segurança operacional da usina Angra 2 e rebatendo alegações sobre a falta de transparência. A Comissão reafirmou que acompanha com rigor os trabalhos realizados na central nuclear.

— O evento citado na reportagem do Portal R7 ocorreu em dezembro de 2024, prontamente identificado pelos inspetores residentes da CNEN, que atuam 24 horas por dia na usina. Desde então, a situação vem sendo monitorada continuamente por meio do Relatório de Atividades e Situação Operacional (RASO), emitido diariamente pelo Distrito de Angra. Os dados coletados indicam que o vazamento interno no primeiro selo do vaso do reator se mantém estável e não compromete os critérios de segurança estabelecidos pelo projeto. Importante destacar que situação semelhante já foi registrada em 2010 e tratada dentro dos protocolos técnicos — explicou a entidade.

Corte de despesas Conduzindo uma série de ações de corte de despesas, com efeitos no dia a dia dos trabalhadores e das comunidades do entorno das usinas, a Eletronuclear ainda firmou em nota que está sendo alvo de ‘uma forte campanha de desinformação junto à mídia, especialmente em matérias que buscam associar as medidas de austeridade necessárias ao equilíbrio econômico da companhia a supostos riscos operacionais’. 

A íntegra das notas da Eletronuclear e da CNEN podem ser lidas aqui.

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