Estudantes de graduação em engenharia farão atividades de pesquisa para o setor nuclear brasileiro. A oportunidade é fruto de uma parceria entre a Eletronuclear, a Amazul e a Fundação Pátria, que em convênio vão beneficiar 14 alunos com bolsas de iniciação científica. Todos os projetos selecionados visam contribuir para o processo de extensão de vida útil da usina nuclear Angra 1, que começou sua operação comercial em 1985 e completaria a jornada de funcionamento inicial em dezembro do ano que vem.
Para estender a vida útil da unidade, Eletronuclear realiza uma série de medidas e avaliações técnicas a fim de garantir que a primeira usina nuclear do país opere por mais 20 anos com eficiência e segurança. Como consequência, é possível manter a capacidade de geração de energia elétrica de uma fonte limpa e segura, sem a necessidade de construção de um novo empreendimento.
Entre as atividades da Eletronuclear que visam dar sucesso ao chamado Long Term Operation (LTO), que em português significa Operação de Longo Prazo, está a celebração do convênio de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação (ECTI).
— Essa parceria foi firmada ainda em 2018, mas foi pensada inicialmente para alunos de mestrado e doutorado. Agora, o edital de seleção dos participantes contemplou também o nível superior, preferencialmente nas instituições de Angra dos Reis, onde estão localizadas as usinas nucleares brasileiras — explica o chefe do Departamento de Gerenciamento de Envelhecimento da Eletronuclear, Roberto Caricchio.
Para marcar o início de vigência das bolsas, a Eletronuclear recebeu alunos no último dia 30, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). Os alunos conheceram o Observatório Nuclear e instalações de Angra 1. O momento também formalizou a parceria com os estudantes selecionados.
O edital de seleção foi publicado pela Fundação Pátria no início do ano. 14 alunos do campus do Cefet/RJ em Angra, no bairro Mambucaba, atenderam aos requisitos e foram convocados em junho. Cada pesquisador receberá uma bolsa mensal no valor de R$ 400 durante um ano.
— O Cefet é a instituição de ensino mais próxima da Eletronuclear, e recebe o apoio da empresa de diversas formas. No futuro, os selecionados podem se tornar estagiários, concursados ou trabalharem em uma empresa terceirizada. É o desenvolvimento do conhecimento e a inserção regional na CNAAA — completa Caricchio.
Entre os temas que serão explorados pelos estudantes estão a avaliação de materiais expostos à água do mar, monitoramento de trincas em estruturas, mapeamento térmico do interior do edifício do reator, criação de indicadores de eficácia dos programas de gerenciamento de envelhecimento e o estudo de tubulações utilizadas no transporte de vapor da usina, entre outros.
Todos os futuros engenheiros serão acompanhados periodicamente pelos orientadores e profissionais da Eletronuclear. Além disso, ao longo do processo, será necessário apresentar relatórios com os resultados alcançados no desenvolvimento do plano de trabalho.
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