Obrigados por lei a tornarem públicos o patrimônio e os bens que possuem toda a vez que se candidatam a cargos eletivos, a maioria dos vereadores que disputam a reeleição ou candidatos a prefeitos de Angra e Paraty registraram aumento de posses nos últimos quatro anos. Em apenas dois casos houve diminuição de bens. O levantamento é relativo ao período 2016 a 2020, quando todos disputaram cargos e está disponível para consulta pública no site da Justiça Eleitoral.
Na Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, entre os 14 parlamentares, nove tiveram aumento de patrimônio. O mais bem sucedido foi o vereador Thimóteo (PL). Há quatro anos ele declarou não ter bens mas agora, em 2020, apresentou patrimônio de R$ 759 mil, que inclui três casas e cinco terrenos em Angra, Paraty e no Rio de Janeiro. Candidatos precisam informar o seu patrimônio e o descumprimento da regra pode gerar punição. A declaração de bens pode ser corrigida até o julgamento do registro da candidatura.
Também entre os que aumentaram consideravelmente de patrimônio está o vereador Dedé (Progressistas). Ele também informou não ter bens em 2016 e agora declarou uma casa no valor de R$ 300 mil, na Banqueta. O terceiro parlamentar angrense que mais teve aumento de bens desde 2016 foi Titi Brasil (MDB). Ela declarou R$ 152 mil em 2016 e agora saltou para R$ 283 mil. O crescimento no período foi de quase 90%. Entre os bens da vereadora está um apartamento em Mangaratiba.
Há vereadores que ‘perderam’ bens em quatro anos. É o caso do atual candidato a prefeito, Zé Augusto (Progressistas), cujo patrimônio teve queda de R$ 98 mil desde 2016. O prefeito Fernando Jordão (MDB), que disputa a reeleição, também teve queda de patrimônio em quatro anos, com perda bastante considerável, de R$ 683 mil. Os bens declarados de Fernando somam R$ 2,4 milhões. Também reduziu seus bens o vereador Jean (Patriotas), com queda de R$ 119 mil.
Os 14 vereadores de Angra fazem jus a subsídios mensais de R$ 10 mil, com receita líquida de R$ 7,7 mil. Em doze meses e mais o 13º salário são cerca de R$ 100 mil anuais. Alguns vereadores são sócios em empresas ou mantém negócios na iniciativa privada, o que é permitido pela legislação.
Apesar da remuneração alta, três vereadores afirmaram não terem acumulado nenhum patrimônio em quatro anos. São eles Marquinhos Coelho (PSC), Canindé (Progressistas) e Flavinho (PSC).
Paraty — Em Paraty, os principais candidatos a prefeito também tiveram oscilação no patrimônio declarado. O atual prefeito Luciano Vidal (MDB) informou que, em quatro anos, teve os bens aumentados de R$ 93 mil para R$ 174,3 mil, crescimento acima de 80%. Já o ex-prefeito Zezé Porto (PTB), perdeu dinheiro desde 2016, vendo seu patrimônio cair de R$ 664 mil para R$ 215,9 mil em quatro anos, inclusive com a casa declarada que possui, na avenida Otávio Gama, apresentando uma desvalorização imobiliária que, segundo sua declaração, deixou de valer R$ 460 mil em quatro anos.
Para saber mais sobre o patrimônio dos candidatos a vereador e prefeito das cidades de todo o país é só acessar o site da Justiça Eleitoral neste link.
Fotos: Reproduções
Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (nº 298)
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