Eleições 2018: Pedro Fernandes promete fim das UPP’s e da vistoria veicular

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Oriundo de uma família com sobrenome tradicional na política do Rio de Janeiro, o jovem deputado estadual Pedro Fernandes (PDT) aceitou a missão de ser candidato a governador do Rio de Janeiro. No início de setembro, ele esteve em Angra para um evento em praça pública com correligionários e falou ao Tribuna Livre. Aos 35 anos, Pedro Fernandes é o candidato mais jovem disputando o Governo do Estado, o que ele considera como um trunfo. Leia os principais trechos da entrevista:

O Estado do Rio é governável?
Pedro Fernandes — É totalmente possível reverter a situação do Rio. A população paga imposto demais. Então, dizer que não tem dinheiro no Estado chega a ser uma ofensa. O que tem que fazer é controlar a corrupção. Não roubar e não deixar roubar e gerir bem o dinheiro que há. É claro que não terá dinheiro para tudo, nem para grandes investimentos, mas a gente temo como estabelecer prioridades e avançar nas áreas de segurança, saúde, educação e na geração de em-pregos, que deve ser a nossa prioridade hoje

Angra hoje é o maior exemplo do desgoverno na área da segurança pública no Rio, por causa de uma política fracassada, cara e ineficiente que foram as UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora). Eu critiquei muito esse projeto porque eu moro no Rio de Janeiro e via como que a Polícia entrava numa comunidade mais nobre, com a desculpa de garantir os grandes eventos no Rio, aparentemente faziam uma espécie de ‘acordo’ para tirar o armamento de lá e continuarem vendendo drogas e aí com esse armamento que saía das comunidades com UPP’s, os bandidos partiam para dominar outros territórios, já que a própria Polícia era o principal segurança para esse desloca-mento e para manter a venda das drogas. O crime organizado expandiu o território assim em todo Estado e hoje Angra dos Reis virou uma cidade perdida.

Ao assumir, o que o próximo governador deve fazer primeiro?
Pedro Fernandes — Primeiro a gente vai reorganizar todas as contas públicas do Estado. Equilibrar isso para voltar a ter a capacidade de gastar só aquilo que a gente arrecada, tirando as receitas variáveis, como os royalties, estes passarão a ser importantes para obras de infraestrutura e saneamento básico. Vamos defender parcerias com o governo federal para que a gente possa retomar a indústria naval que é tão importante. O Rio de Janeiro tem 83% da reserva de petróleo do Brasil e só 16% dos postos de trabalho, enquanto São Paulo, com menos de 10% das reservas, tem quase 22% da cadeia de exploração de petróleo e gás. Isso tem que ser revertido.

Vamos recompor o efetivo dos batalhões da Polícia. Eu vou acabar com as UPP’s para redistribuir este efetivo pelo Estado, principalmente nas áreas com maior incidência criminal, como Angra . Vamos acabar com os postos de vistoria do Detran, que eu a cho um absurdo, e com esses R$ 200 milhões de economia vamos implantar escolas em tempo integral (…).

Existe muita coisa para fazer, o desafio é grande mas é totalmente possível. Vou reduzir os impostos do Estado em áreas como energia, combustível e água para que as empresas pensem em se instalar aqui porque hoje, quem tem a opção, acaba indo para São Paulo, Bahia ou para Minas porque lá nestes locais tem carga tributária muito menor.

A campanha começou há poucos dias. O que o senhor está sentindo das ruas?
Pedro Fernandes — A gente vai começar a ter uma noção melhor agora com a entrada da propaganda na TV que é o diferencial. É uma campanha bem atípica este ano (…). As redes sociais e a TV serão o diferencial. A gente vai começar a ter uma ideia do desempenho de cada candidato daqui a umas duas semanas, a partir do momento em que a propaganda na TV começar.

A população vai deixar para decidir nas últimas duas semanas, após os debates. Pesquisa neste momento é conhecimento e não intenção de voto.

Como seu governo e o PDT farão para conquistar maioria na Assembleia do Estado?
Pedro Fernandes — Com muita tranquilidade. Estou no meu terceiro mandato como deputado estadual e sei exatamente o que presta e o que não presta ali (na Assembleia). É possível construir governabilidade. Os deputados estão na ponta acompanhando a angústia de cada região do Estado. O que vamos fazer é trazê-los para perto para que possamos entender e atender as demandas da população. Não discrimino político algum. O deputado vai ter um papel importante no nosso governo mas não vai ser trocando cargo por voto que a gente vai trazê-los para perto (…).

O senhor é o candidato mais jovem. Como empolgar a juventude para a Política?
Pedro Fernandes — Eu sou o único entre os candidatos que consigo juntar: ser ficha limpa e nunca ter respondido a qualquer processo; ter experiência acadêmica pela pós-graduações, mestrado e doutorado que eu faço; e ter experiência administrativa. Já fui subprefeito (na cidade do Rio de Janeiro) e cinco vezes secretário. Eu consigo mostrar que é possível na política, separar o joio do trigo. E a juventude tem se engajado na nossa candidatura por ter esta esperança de não ficar numa polarização entre pessoas que têm um histórico conhecido de irregularidades e de escândalos de corrupção.

O senhor está animado?
Pedro Fernandes — Muito. Começou a eleição na TV e a rua já está respondendo. Tenho certeza de que assim que as pessoas passarem a nos conhecer e ás nossas propostas e ideias, a gente vai ter a oportunidade de crescer por tudo o que eu disse e por ter o tesão e a disposição de um jovem de 35 anos que vai entrar às 6h e sair às 23h do Palácio Guanabara para reverter os problemas do nosso Estado.

(*) Publicado antes na edição impressa nº 224 do Tribuna Livre.

Fotos: Instagram / Pedro Fernandes

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