A coluna Drops Político registra bastidores da política na Costa Verde | Foto: Divulgação

Terça-feira, 7 de janeiro. Após participar dos eventos de aniversário de Angra e de uma cerimônia da Marinha na Ponta Leste, o novo prefeito Cláudio Ferreti (MDB) chega de surpresa no posto de saúde de Monsuaba. Nem a equipe de comunicação que acompanha o político, sabia da parada. O fato é o retrato do novo dirigente do Executivo em Angra.

Após oito anos da gestão tipo ‘EAD’ de Fernando Jordão (2017-24), com o prefeito ausente da cidade por longos períodos e dando ordens à distância, Angra experimenta no primeiro mês do ano, a figura de um prefeito ‘zelador’. Que visita, cobra, abraça e está ali, ‘em cima do balcão’. Cláudio Ferreti impôs inclusive aos colaboradores diretos uma rotina de trabalho que inclui jornadas nos fins de semana, visitas surpresa a órgãos públicos e conversas frequentes, um luxo se comparado ao período anterior. Alguns secretários relatam terem ficado até seis meses sem despachar diretamente com Fernando.

Para a população, a experiência também é nova, com gente encontrando o prefeito no mercado, na feira, passeando na praça ou em uma visita não anunciada a um posto de saúde ou escola. Ao que parece, Ferreti gosta deste contato direto com a população e está incentivando os secretários a fazerem o mesmo. Regularmente, a coluna ‘Drops Político’ registra movimentos políticos em Angra na região e tenta entender o jogo do poder.

1. Plano detalhado
Outra mudança em relação ao governo anterior é a elaboração de um mapa de ações e metas, coordenado pela secretaria de Planejamento. No fim de semana passado, secretários e assessores diretos do prefeito elaboraram um Plano de Gestão, que em alguns dias poderá ser tornado público, contendo a indicação de ações de curto (100 dias), médio (um ano) e longo prazos (4 anos). Mais de um quarto das ações, aliás, será concluída ainda no primeiro ano de governo. A conferir.

2. Suplentes no jogo político
A Justiça Eleitoral entregou em janeiro, os diplomas de suplentes aos candidatos mais bem colocados a vereador nas eleições do ano passado. O colunista do Tribuna Livre, Leandro Silva, recebeu seu diploma de primeiro suplente de vereador pelo Solidariedade. Silva agradeceu aos mais de 1,1 mil votos e registrou o momento em sua coluna, ao lado dos também suplentes Luís Eduardo Rabha (Progressistas) e Renan Lima (PRD).

3. Juiz lava as mãos em Paraty
O juiz titular da Comarca de Paraty, Juarez Fernandes Cardoso, frustrou a expectativa inicial do grupo de seis vereadores derrotados na eleição da Mesa Diretora em 1º de janeiro e lavou as mãos, negando alterar o resultado imposto pela minoria de cinco, que deu a vitória ao vereador Paulo Sérgio (PSD), que segue presidindo a Casa.

O entendimento do magistrado em primeira instância é o de que o Judiciário não deve intrometer-se nas questões do Legislativo local e que os pares devem apresentar contestações.

A decisão de Cardoso não julga sequer o mérito, e chega a negar veracidade ao fato de que o vereador Vaguinho (PT) desistiu de manter seu nome na chapa liderada por Paulo Sérgio e, ato contínuo, ensejou apresentar chapa diversa, sendo impedido pela Mesa Diretora da sessão inaugural do ano. O grupo de seis já entrou com pedido de reconsideração.

4. Reunião tumultuada
Leandro Silva contou em sua coluna no Tribuna Livre, que o prefeito Ferreti se reuniu com os vereadores de sua base de governo na Câmara, há alguns dias. O encontro serviu para a famosa ‘lavagem de roupa suja’. Parlamentares disseram que os pares reclamam da falta de espaço no governo. Há novatos que já têm latifúndios, enquanto outros apenas um casebre. O clima foi tenso e alguns chegaram a ameaçar o governo de trabalharem contra seus candidatos a deputados no ano que vem.

5. Câmara nega pagamento extra a vereadores
Apesar de ter um setor de comunicação bem incipiente, a Câmara Municipal de Angra dos Reis negou ter criado remuneração extra para os vereadores que participam de comissões permanentes da Casa. Engolfados por uma fakenews, os parlamentares acabaram defendidos pelo colega Greg Duarte (PL) nas redes sociais. Logo Greg, que foi eleito prometendo combate a ‘mordomias’. O valor extra de R$ 2 mil aprovado pelos vereadores em sessão extraordinária é destinado a servidores e não aos edis.

Rodrigo Bacellar é advogado e está no segundo mandato | Foto: Divulgação/Alerj

6. Continuidade na Alerj
A reeleição do deputado Rodrigo Bacellar (União) para presidente da Assembleia Legislativa no biênio 2025/26, está encaminhada e deverá ser confirmada no início de fevereiro.

Desta vez, Bacellar construiu um acordo com o PL e outros partidos da base do governador Cláudio Castro (PL), para evitar surpresas. Também líder estadual do União Brasil, o deputado deverá compor a Mesa Diretora com um nome indicado de Castro. O cargo é estratégico, já que o vice assumirá o comando da Assembleia, caso Bacellar confirme uma candidatura ao Palácio Guanabara em 2026.

7. Dança das cadeiras na Assembleia
Por falar em Assembleia, a Alerj convocou Douglas Gomes (PL) e Leonardo de Vasconcellos (União) para assumirem cadeiras no plenário. Gomes entrará na vaga do deputado Douglas Ruas (PL), que voltou à secretaria de Estado de Cidades do Rio; Vasconcellos foi chamado para assumir o lugar de Marcos Muller (União). A Justiça Eleitoral deu mandato a ele em virtude da desfiliação de Muller do União Brasil, perdendo portanto o direito à vaga de deputado.

Douglas Gomes estreia em seu primeiro mandato. Em 2024, ele foi eleito vereador em Niterói, com incríveis 16.369 votos. Leonardo de Vasconcellos foi eleito prefeito de Teresópolis e deverá ceder a vaga de deputado ao quarto suplente Daniel Martins, enteado do ex-deputado Luiz Martins.

FRASE DA SEMANA | “Americano pensa primeiro nele, segundo nele, terceiro e quarto nele. E se sobrar pensa nele de novo.” |  Do presidente Lula, profético, em 2018.

(*) A coluna ‘Drops Político’ também é publicada na edição impressa do jornal Tribuna Livre.

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