Uma determinação atribuída ao atual presidente da Casa, vereador Rubinho (Progressistas), para demitir todos os assessores lotados nos gabinetes dos vereadores a partir do dia 13 de dezembro, está deixando o Poder Legislativo angrense em pé de guerra. Até os parlamentares que fazem parte da Mesa Diretora não concordam com a medida, que deixará os assessores sem pagamento integral e alguns gabinetes incapazes de funcionar na última quinzena do ano.
Pior, alegam estes vereadores, é que o presidente Rubinho sequer justificou a medida e teria viajado para o exterior, deixando o pepino na mão dos colegas. Alguns vereadores tentam inclusive encontrar solução para que não tenham este constrangimento imposto pelo presidente.
— Nosso presidente deve saber que existe gestão. Pensei até em entrar com ação judicial, mas nós somos pares e temos que resolver isso dentro da Casa Legislativa. Tem tudo para resolver, basta querer. A gente não pode permitir que isso fique assim — afirmou a vereadora Titi (MDB), em áudio veiculado em grupos de mensagens.
Sem solução até o momento, os assessores estão sendo chamados aos gabinetes para assinarem as folhas de presença e informados sobre a demissão extemporânea. O procedimento normal, muitos afirmam, seria a demissão no fim do exercício, com data de 31 de dezembro, fazendo jus, portanto, ao pagamento integral. Com a demissão no dia 13, a Câmara economiza metade da folha de pagamento em dezembro.
Uma das causas do desencontro de contas seria uma queda no repasse do município ao Legislativo e a antecipação de pagamentos à empresa contratada para a construção da nova sede da Casa no Parque das Palmeiras. Além da demissão dos assessores, despesas de manutenção da Casa também estariam sofrendo cortes neste fim do ano, de forma a ‘caber’ nas receitas da Casa. Em aparte à colega, a vereadora Luciana Valverde (MDB) também atacou a decisão da Presidência.
— Estou revoltada. A obra estava orçada em R$ 35 milhões e a gente pagou (a Câmara, por meio do presidente) por outro projeto, de R$ 1,5 milhão, e agora vocês (os assessores) ficam aí sem dinheiro — disse Valverde.
O vereador Chapinha (PRD) ainda arrematou dizendo ter ficado ‘chateado’ pela ingerência do presidente nos gabinetes ao determinar a demissão que, segundo ele, foi feita sem o conhecimento dos parlamentares. Segundo Chapinha ‘ninguém sabia’ da decisão de Rubinho. Nem o presidente da Câmara, nem a direção da Casa se manifestaram ainda.
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